Seis vezes melhor jogadora do mundo. Maior artilheira da história das Copas do Mundo com 16 gols. Multicampeã. Credenciais que colocam Marta no alto escalão do futebol feminino, mas que não tiram aquele frio na barriga da camisa 10 antes de entrar em campo. Aos 33 anos e disputando seu quinto Mundial, Marta revelou ao site da FIFA que ainda fica nervosa em seu ritual antes de cada jogo.
– Eu fico muito nervosa, o que é um pouco ridículo na verdade. Eu vou muito ao banheiro. Não é nada. É só por ir. Eu não consigo dormir e também tenho um momento pra mim, para conversar com Deus. Eu sempre uso a porta da frente pra entrar e descer do ônibus. Pode parecer louco mas é algo que faço. Quando a bola começa a rolar, coloco tudo pra fora da mente e foco no trabalho que tenho que fazer – comentou a Rainha.
Nesta Copa do Mundo, Marta ainda não conseguiu ficar em campo por 90 minutos. Se recuperando de uma lesão, ficou fora da estreia da Seleção Brasileira contra a Jamaica e só jogou o primeiro tempo contra a Austrália. Foi o suficiente para anotar seu 16º gol em Copas do Mundo e igualar o alemão Klose como maior artilheira da história, juntando masculino e feminino. Além disso, se tornou a primeira atleta a marcar em cinco Mundiais.
– Fico muito feliz, mas tudo depende do trabalho em equipe. Marta não seria a maior artilheira da história da Copa do Mundo sem a ajuda das companheiras e da comissão. É legal e me motiva também. É definitivamente algo que me empurra quando estou em campo – disse a craque.
A derrota para a Austrália deixou a Seleção na segunda posição do grupo com três pontos e a decisão da vaga para a última rodada, diante da Itália. Para Marta, a principal lição da virada sofrida no último jogo foi que a partida estava ganha mas a equipe não conseguiu enxergar isso. Não conseguiu segurar o resultado e que a sintonia precisa ser a mesma entre todas as jogadoras. A Rainha ainda projetou o confronto decisivo contra as italianas.
– É vida ou morte para nós. Precisamos vencer para se classificar. Temos que ser competitivas, mas se criamos chances, temos que finalizar as jogadas e colocar a bola no caminho certo – analisou.
A importância da Copa do Mundo
– É uma conquista para o futebol feminino. Nós estamos sempre pedindo por mais apoio, desenvolvimento e reconhecimento pra algo que temos feito há anos. É importante e não queremos que isso vá e volte. Nossa geração, tanto no Brasil quanto em outros países, irá um dia e esperamos que as novas gerações possam construir em cima disso.
Como quer ser lembrada quando se aposentar
– Eu acho que pelos jogos e gols que fiz, as coisas que ganhei. Mas eu penso que seria mais importante ser lembrada por ter tentado, junto com outras jogadoras, por melhorar o esporte, deixar um legado para as próximas gerações de jogadoras que estão por vir.
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