O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que denunciou contrato firmado entre o Comando da Marinha e o laboratório EMS S/A para fornecimento de mais de 11 milhões de comprimidos, confrontou justificativas de que laboratório foi pago para ensinar a Marinha a produzir o medicamento. De acordo com o deputado, o Exército Brasileiro já dispõe de tecnologia para produzir o remédio.
“A desculpa para pagar a mais seria a transferência de tecnologia, que nada mais é que o laboratório EMS ensinar ao laboratório da Marinha as ferramentas para produzir o Viagra. Mas essa desculpa cai por terra quando constatamos que o Exército já sabe fazer isso”, salientou o parlamentar.
Elias Vaz ainda complementou que se o conhecimento do Exército tivesse sido compartilhado com a Marinha os custos teriam sido reduzidos e que o ato simbolizou descaso com o dinheiro público. “Esse custo cairia para R$ 200 mil se o Exército tivesse compartilhado o conhecimento com a Marinha. É uma situação muito grave e revela que o Ministério da Defesa nem sabe o que está acontecendo sob o seu comando. É um escândalo com dinheiro público”, reiterou o deputado.
Em audiência na Câmara na tarde desta quarta (8), o Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, não conseguiu justificar a compra de 75 quilogramas, em abril deste ano, do princípio ativo Sildenafila pelo laboratório do Exército para a produção de Viagra.
A farmacêutica do Exército, Alessandra Amado, afirmou que não teve conhecimento da compra feita este ano, somente a de 2013, e se mostrou surpresa com a revelação do deputado. A quantidade exposta (75 quilogramas) seria suficiente para produzir 3,75 milhões de comprimidos do remédio.
A varredura no Portal da Transparência e no Painel de Preços, após a denúncia, revelou indícios graves de superfaturamento. Os valores apontados pelo governo federal, entre R$2,91 e R$3,14, são muito superiores aos praticados pelo Ministério da Saúde, em torno de R$0,48. O prejuízo aos cofres públicos pode passar de R$27 milhões.
O deputado federal reitera que o gasto com transferência de tecnologia não é plausível, já que o Viagra é um medicamento popular e com genéricos disponíveis no mercado.
Luana Cardoso é estagiária pelo convênio do Diário de Goiás com a UFG (Universidade Federal de Goiás) sob supervisão de Domingos Ketelbey
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