14 de outubro de 2024
Meio Ambiente • atualizado em 24/09/2023 às 11:47

Marina Silva enfatiza a importância de uma agenda de transformação no combate às mudanças climáticas

“Estamos na agenda da mitigação e da adaptação, mas se não entrarmos na agenda de transformação, não tem saída. É preciso mudar a maneira de produzir, de consumir e de nos relacionarmos uns com os outros, com a gente mesmo e com a natureza. Se não for isso, a gente não dá conta”, afirmou a ministra
A ministra Marina Silva citou exemplos recentes de eventos climáticos extremos no Brasil, como as inundações no Vale do Taquari, que resultaram em 47 mortes devido às emissões excessivas de carbono na atmosfera, que provocaram chuvas intensas em curtos períodos. Foto: Elza Fiúza/EBC
A ministra Marina Silva citou exemplos recentes de eventos climáticos extremos no Brasil, como as inundações no Vale do Taquari, que resultaram em 47 mortes devido às emissões excessivas de carbono na atmosfera, que provocaram chuvas intensas em curtos períodos. Foto: Elza Fiúza/EBC

A Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, destacou em um evento realizado em São Paulo, na sexta-feira (22), a importância de expandir a abordagem das medidas de mitigação dos impactos das mudanças climáticas e iniciar uma agenda de transformação. Em síntese, a meta é prevenir a chegada a um ponto crítico no qual as florestas não conseguiriam mais se recuperar ou regenerar.

Durante sua participação em uma mesa de discussão sobre os desafios da seca e das inundações, realizada em um fórum promovido pela Virada Sustentável no Unibes Cultural, a ministra enfatizou a necessidade de mudanças profundas na forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos com a natureza e entre nós.

Ao nos limitarmos à agenda da mitigação e adaptação, não encontraremos uma solução. É fundamental que mudemos nossos métodos de produção, consumo e interação com o meio ambiente. Caso contrário, não seremos capazes de enfrentar esse desafio

Declarou Marina Silva

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Em primeiro lugar, Marina ressaltou que, caso essa transformação não ocorra, o mundo colocará em risco suas próprias populações. A ministra citou exemplos recentes de eventos climáticos extremos no Brasil, como as inundações no Vale do Taquari, que resultaram em 47 mortes devido às emissões excessivas de carbono na atmosfera, que provocaram chuvas intensas em curtos períodos.

Nesse sentido, Marina destacou a necessidade de um despertar coletivo, não apenas por parte dos governos, mas também das empresas, artistas, cidadãos e da sociedade em geral, para enfrentar a guerra contra a vida que está sendo travada devido ao modelo atual de desenvolvimento.

Vocês sabiam que nosso modelo de desenvolvimento, nossa forma de produzir, é um modelo que está jogando mísseis e fazendo uma guerra contra a vida? Tivemos 47 mortes no Vale do Taquari [no Rio Grande do Sul] porque mísseis de carbono foram jogados na atmosfera e fizeram com que uma chuva, que era para cair em um mês, caísse em algumas horas. A mesma coisa aconteceu em São Sebastião [litoral paulista]. E a gente pode ver isso em todo canto. Temos que entender que há uma guerra contra a vida. E que bom que há um despertar, que não deve ser só de governos, mas de empresas, de pessoas, de artistas e de cidadãos

Explicou a Ministra

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Anteriormente, na Cúpula da Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, realizada na quarta-feira (20), a ministra anunciou que o Brasil corrigirá suas metas climáticas, voltando ao compromisso estabelecido em 2015. Assim, com essa correção, o país se compromete a reduzir as emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030.

Metas

Durante uma entrevista realizada em São Paulo, Marina Silva, destacou os esforços do governo brasileiro para cumprir as metas climáticas estabelecidas. Ela explicou que o governo formou oito grupos de trabalho dedicados à ação de mitigação e outros 14 grupos voltados para ações de adaptação, demonstrando a complexidade do desafio.

Marina Silva enfatizou a importância de todos os países contribuírem para resolver o problema das mudanças climáticas. Ela ressaltou a necessidade do princípio da justiça climática, destacando que países em desenvolvimento e de renda média baixa precisam de apoio para cumprir suas responsabilidades climáticas.

A Ministra reafirmou o papel do Brasil na liderança dessa agenda, especialmente ao reduzir o desmatamento como uma estratégia chave para diminuir as emissões de gases de efeito estufa no país.

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Mudanças climáticas

Sobre as Mudança do Clima, Marina abordou a questão do calor extremo, que tem afetado diversos estados brasileiros nos últimos dias. Ela destacou que esse calor intenso, embora seja influenciado pelo fenômeno El Niño, é um indício das mudanças em curso no planeta.

A situação do calor é preocupante. Estamos enfrentando um fenômeno natural, o El Niño, mas esse fenômeno está sendo agravado devido às mudanças climáticas. Essas alterações climáticas intensificam os impactos do El Niño, seja aumentando a temperatura, prolongando a estiagem ou causando chuvas torrenciais. É uma combinação de desafios muito sérios

Explicou Marina Silva

Por fim, Marina Silva ressaltou que o governo federal está atualmente focado em medidas emergenciais para enfrentar esses problemas, mas também está trabalhando na elaboração de um plano de prevenção para eventos climáticos extremos no futuro.

Fonte: Agência Brasil


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