22 de novembro de 2024
Meio ambiente

Marina Silva diz que Brasil vive terrorismo climático e defende pena rígida a criminosos

A ministra frisou acreditar existirem pessoas por trás das ações, incentivando os crimes, e comparou os incêndios criminosos com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023
Foto: Elza Fiúza/EBC
Foto: Elza Fiúza/EBC

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou, em entrevista coletiva neste sábado (14), que o Brasil vive um terrorismo climático, por meio de pessoas que utilizam das altas temperaturas e da baixa umidade para atear fogo ao país. A defesa é de pena mais rígida para quem comete esse tipo de crime.

A atual punição varia de um a quatro anos de prisão. “Há uma proibição em todo o território nacional do uso do fogo, mas existem aqueles que estão fazendo um verdadeiro terrorismo climático”, disse a ministra que ressaltou ser fundamental que os agentes públicos que já estão mobilizados continuem agindo, porque há uma intenção por trás dessas ações.

Segundo a ministra, apenas dois estados não estão passando por seca. “Não é possível que diante de uma das maiores secas de toda a história do nosso continente e do país, e com a proibição existente, que as pessoas continuem colocando fogo. Isso causa grande mal à saúde pública, ao meio ambiente, aos nossos sistemas produtivos e só agrava o problema da mudança do clima. Quando você tem uma situação em que sabe que colocar fogo é como se estivesse acionando um barril ou um paiol de pólvora, isso é uma intenção criminosa”, enfatizou.

Marina lembrou, ainda, que 17 pessoas já foram presas e há 50 inquéritos abertos. Ela frisou acreditar existirem pessoas por trás das ações, incentivando os crimes, e comparou os incêndios criminosos com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023.

“Uma floresta úmida não pega fogo, porque o fogo começa e a própria floresta consegue fazer com que se apague. Como já estamos vivendo os efeitos de mudança climática, provavelmente a floresta está perdendo umidade, como dizem os cientistas, e cerca de 32% dos incêndios estão sendo feitos intencionalmente para degradar a própria floresta”, analisou.

Diante da afirmativa, ressaltou a importância do trabalho da Polícia Federal (PF). É preciso continuar investigando com trabalho de inteligência combinado, porque é aí que vamos poder descobrir de onde vem essa motivação. Eu estou praticamente comparando o que está acontecendo ao dia 8 de janeiro. São pessoas atuando deliberadamente para criar o caos no Brasil, tocando fogo nas florestas e nas atividades produtivas das pessoas”, ponderou Silva.


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