O publicitário Marcos Valério fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal de Minas Gerais, após ter a oferta negada pelo Ministério Público Federal. O acerto foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda homologação.
A colaboração envolve políticos de foro privilegiado e, por isso, depende do aval do Supremo. Marcos Valério deve narrar detalhes sobre o mensalão tucano -esquema de desvios de recursos públicos de estatais mineiras para a fracassada campanha de reeleição do então governador Eduardo Azevedo (PSDB), em 1998.
De acordo com a PF, o acordo foi assinado no último dia 6, quando foi apresentada “vasta documentação” e prestado depoimento.
A delação depende de homologação do Supremo para que possa ser usada em ações penais. Durante o período de recesso do STF, caberá à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, validar o conteúdo do acordo ou distribuir para outro ministro quando as atividades forem retomadas.
Condenado a mais de 37 anos de prisão pelo mensalão e réu no processo do mensalão tucano, Valério foi transferido nesta segunda (17) de uma penitenciária em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para um centro de detenção onde os presos fazem a própria segurança.
A mudança para a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), em Sete Lagoas (MG), faz parte do acordo de delação. Valério é o único acusado pelo mensalão que ainda cumpre pena em regime fechado.
A decisão do juiz Wagner de Oliveira Cavalieri, que autorizou a transferência, afirma que a própria PF solicitou a mudança “a fim de concluir procedimento de colaboração premiada sob análise do Supremo Tribunal Federal”. (Folhapress)
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