Ao participar, na tarde de quarta-feira,4, de confraternização com membros da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), no Palácio das Esmeraldas, o governador Marconi Perillo pontuou que o PSDB tem como maior preocupação a recuperação econômica do país e que, em razão disso, está unido no propósito de auxiliar, caso se concretize o eventual governo Temer, a levar o Brasil para um porto seguro.
Marconi informou que esteve reunido com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e com governadores do partido na manhã de hoje. Durante a reunião, o PSDB aprovou o documento, elaborado com a anuência de todos os líderes do partido, com 15 princípios que acredita serem fundamentais para mudança do atual quadro político e econômico do país. O documento seria entregue por Aécio ao vice-presidente na tarde de hoje.
“É importante traduzir o que nós do PSDB estamos discutindo nesse momento. Primeiro: nós reconhecemos que o PSDB, por ser o principal partido de oposição no Brasil, por ter tido uma performance muito boa nas últimas eleições com mais de 50 milhões de votos, e por ter apoiado fortemente o impeachment na Câmara, tem responsabilidade em relação ao Brasil. Tem responsabilidade em relação à mudança das práticas no Brasil”, afirmou.
“E acredito que nós agimos bem ao entregar hoje em nosso nome um documento com princípios e valores que nós defendemos. São 15 princípios e valores que vão definir se nós vamos estar mais dentro do eventual novo governo ou menos. Nós queremos que o vice-presidente nos responda em relação às questões que nós estamos pontuando. O primeiro princípio é o de continuar apoiando as investigações e combatendo a corrupção. O segundo é a reforma política, depois reformas estruturantes”, discorreu.
O governador reiterou que o preocupa a primeira fotografia do eventual governo, e questionou, durante o evento, pontos primordiais que a representarão: “Nós vamos ter as mesmas caras, as mesmas figuras, figuras carimbadas? Políticos que já participaram de outros governos e que não colaborarão para que façamos um avanço? Vamos continuar com essa quantidade de ministérios? Eu defendo a redução na metade, mas acho que o governo não vai ter condições de fazer isso. Qual vai ser o discurso? Quais serão as mudanças concretas?”, indagou.
Afirmou que o PSDB intenciona participar ativamente no que diz respeito às reformas estruturantes que precisam ser feitas no país. “Nós do PSDB podemos entrar de cabeça e apoiar as reformas independentemente de termos cargo algum. Eu fui o primeiro governador a falar hoje na reunião e disse que eu não preciso de cargo nenhum como governador. Eu não tive nesses últimos 14 anos nenhum cargo no governo federal. Suportamos o fato de sermos oposição durante esse tempo todo. E todos os governadores concordaram comigo que ninguém de nós está preocupado com cargo. Estamos preocupados é com a agenda para a recuperação econômica do país. Estamos preocupados com a agenda institucional relativa ao Pacto Federativo. Também com o apoio institucional em relação ao governo”, enfatizou.
Marconi reafirmou que o PSDB conta com quadros extraordinários para administrar o Brasil e que o partido está disposto a emprestá-los, se o eventual presidente convidá-los. “Para os brasileiros voltarem a acreditar em um governo – especialmente no governo central – é preciso saber quem vai ser o ministro da Saúde, da Educação; quem vai ser o comandante da economia, que já está mais ou menos claro que vai ser o Meirelles e nele nós acreditamos. Nele eu acredito. Quem vai ser o ministro do Desenvolvimento, do Planejamento, da Justiça, porque essas coisas contam muito. Confesso que nós todos temos preocupação em relação ao tempo, às práticas, às reformas. O Brasil está no fundo do poço da economia. Se não tivermos medidas rápidas, com credibilidade, não vamos conseguir chegar muito longe”, observou.
Ele disse esperar que a agenda do próximo governo seja concatenada com os estados e com os municípios no sentido de tentar repactuar a federação. “O governo federal terá de considerar enormemente a força do nosso Estado. Não é força do governador, é a força econômica, política, social, cultural do nosso Estado. E eu serei um dos intérpretes dessas demandas que todos nós teremos que fazer junto ao governo federal. Queremos apoiar o governo na transição e para que leve o Brasil a um porto seguro. Essa é nossa grande preocupação”, reiterou.
Acieg
O encontro com a Acieg se deu em razão dos 80 anos de atividade da entidade. Ele reiterou o compromisso com o setor produtivo, a quem assegurou continuar na defesa constante dos interesses da área.
Presidente da Acieg, Euclides Barros Siqueira ressaltou que Marconi sempre levou em grande consideração as demandas dos empresários goianos. “Confia em nós, nos respeita, nos ouve, nos chama para a mesa de decisões. Agradecemos muito por esse diálogo permanente”, disse.
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