05 de dezembro de 2025
ELEIÇÕES 2026 • atualizado em 24/10/2025 às 10:49

Marconi Perillo promete campanha “de alto nível” e promete não reeditar Taxa do Agro

Em entrevista, o ex-governador fala sobre alianças, plano de governo, críticas à gestão estadual e defende formação de um novo movimento político em Goiás
Marconi Perillo fala empolgado sobre disputa ao governo na eleição de 2026 - Foto: DG
Marconi Perillo fala empolgado sobre disputa ao governo na eleição de 2026 - Foto: DG

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, está empolgado com as eleições de 2026. Nas palavras ele, a eleição para governador é mais emocionante e cria mais expectativas.

Nesta quinta-feira (23), em entrevista à Rádio Difusora, com a participação dos jornalistas Jordevá Rosa, Vassil Oliveira, Isadora Picolo e o editor-geral do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, ele falou sobre a formação de um movimento político novo, sobre o tempo ideal para pensar alianças, a respeito das ações questionando a obra do complexo Cora e a Taxa do Agro, que tem vigência até o final de 2026, e algumas propostas para o futuro plano de governo. Confira abaixo!

Expectativa de campanha emocionante

A eleição para governador cria muito mais expectativa, muito mais emoções e muito mais interesses dos partidos e das lideranças de uma maneira geral, da sociedade de uma maneira geral. Em qualquer estado, a principal liderança é o governador, não é só Goiás.

Em São Paulo, a política gira em torno do governador do estado. No Rio é assim, em Minas, aqui em Goiás.

A figura do governador é a figura de maior liderança do estado. Então, é natural que todas as questões, todas as discussões convirjam para a eleição de governador. 

É muito cedo para alianças

Eu não estou estressado agora em [fazer] alianças.

A locomotiva do governo está muito cheia de lideranças, de candidatos, pré-candidatos. Claro que vai sobrar muita gente. 

E nós vamos trabalhar, independentemente se é de um espectro ou de outro, nós vamos trabalhar com partidos que estão mais no centro e que, eventualmente, possam se interessar em fazer uma composição conosco.

Repito, está muito cedo, tem muitas emoções ainda para acontecer. As convenções vão ser realizadas julho a agosto, então tem muito tempo. Daqui para frente, eu só vou trabalhando a minha pré-candidatura e focando especialmente no contato e no plano de governo.

Questão tributária e propostas para o plano de governo

Eu já estou começando a discutir plano de governo com vários segmentos da sociedade.

Goiás já vai perder demais agora, já está perdendo, com a mudança da tributação da origem, onde a gente produz, para o destino, que é onde o povo consome. Isso já vai tirar muito dinheiro do caixa do Estado, mas o que a gente pode perder lá na frente é emprego, é renda, é desenvolvimento. 

Então esse é um tema pelo qual eu quero me debruçar. Nós, exatamente nós que trouxemos tantos empregos, tantas indústrias, que fizemos o PIB crescer tanto, temos que evitar [perdas], temos que pensar nisso.

Outra coisa é uma política ousada, como eu já fiz no passado, de habitação, melhorias habitacionais e habitação para o povo. Não há nada mais importante para a dignidade de uma família do que habitação. Uma outra, para falar de três [propostas] aqui apenas, é a questão tecnológica mesmo.

Ou a gente entra para valer nos cursos de formação profissional, para que a juventude esteja preparada para o futuro de inteligência artificial, de avanços tecnológicos velozes ou não vamos ficar para trás.

Interesse pelo PSDB

Tem vários grupos procurando para ter o controle do partido. O que eu estou dizendo? Nós vamos criar um movimento, um movimento que vai ter gente de vários partidos simpatizantes a essa pré-candidatura a esse projeto, mas nós talvez nem trabalhemos nesse momento com essa questão de definir partido nos municípios porque, repito, tem muita procura e de vários grupos, em muitas cidades. 

Ontem eu recebi 38 lideranças de 38 municípios, a maior parte pedindo para ter o controle do partido, que já estão pensando nas eleições de 2028, a prefeito, a vereador. Então, a orientação que eu vou dar e estou dando é de criarmos um movimento, vamos ter o nome desse movimento com vista às eleições do ano que vem.

Questionamentos ao Cora e à Taxa do Agro

Eu tive oportunidade de apresentar essa ADI [Ação Direta de Inconstitucionalidade, na mesma linha da que o PT apresentou]. Eu estava com ela pronta, preferi não entrar porque isso poderia parecer radicalização da minha parte pelo fato de eu ser da oposição. 

E aqui em Goiás, muitos setores de várias instituições estão totalmente controlados. Por exemplo, o Procurador-Geral da Justiça agora não é mais o primeiro da lista, geralmente é o terceiro, para que o governador tenha controle sobre eles.

Está muito claro aqui, todo mundo sabe do que eu estou falando. E aí não acontece nada, ninguém toma nenhuma medida em relação a nenhum absurdo que acontece aqui. A mesma coisa em relação a órgãos de controle. Eu tentei, de toda sorte, cumpri o meu papel de líder de oposição, de presidente de partido, fiscalizando as coisas.

Eu jamais seria contra a construção de um hospital. Eu fiz dez grandes hospitais, eles fizeram um de 19 mil metros quadrados a um preço exorbitante. O questionamento não é a função, não é o conceito, não é a obra, é a forma de se fazer a obra.

Eu fiz um hospital enorme aqui, com 75 mil metros quadrados, que é igual [ao Cora], por 200 milhões de reais, com equipamentos. O Cora, com manutenção, equipamentos, construção, já está em mais de 2 bilhões e 600 [mil reais]. Então, é contra esse tipo de absurdo que a gente debate: 800 milhões é o que já custou [a obra] o Cora, que tem 19 mil metros quadrados. Um outro hospital que eu fiz, que é mais de três vezes maior, custou 200 milhões à época. 

Outra coisa, quando a gente fala da Taxa do Agro, eu quero repetir aqui, se eu for eleito, eu vou acabar com a Taxa do Agro (a taxa tem vigência até dezembro d e 2026), no primeiro dia. Eu já estou dizendo isso pra todo lado e vou repetir aqui. Eu governei o Estado quatro vezes, sem essa excrescência, sem tomar dinheiro do bolso do produtor, que anda numa dificuldade enorme. (Alertado sobre a vigência, Perillo alterou a promessa para não reeditar a Taxa).

Vários, dezenas, milhares pedindo recuperação judicial, num momento em que a gente vive taxas de juros exuberantes, num momento difícil, o governo ainda vai lá e mete a mão no bolso. E o pior de tudo é que não deu conta de fazer as obras pela Goinfra. Não teve competência para fazer as obras e quer fazer agora sem licitação. 

Mas qual é o efeito da licitação? As pessoas perguntam, por que licitação? Eu fiz, de 2011 a 2017, 711 licitações de grandes obras. Duplicações, estradas, hospitais, escolas, universidades, presídios, etc, 711. 

Esses editais foram à praça por um valor de 9,4 bilhões de reais. Nós tivemos, na licitação, uma economia de 1 bilhão e 200 milhões de reais.

Ou seja, a licitação se preocupa com qualidade e com preço. O que nós vimos agora o prefeito de Pires do Rio denunciar?

A construção de uma pequena obra, de um anel viário, que custou três vezes mais. Ou seja, há uma inversão de valores. Com a licitação, eu fiz 711 grandes obras.

Só para falar de grandes obras em um determinado período, dos últimos dois governos, com a economia de 1 bilhão e 200. Nesse modelo, uma obra que custaria 50 está custando 150. Está errado.

Não é só porque afronta a lei, é porque não está tendo economicidade, não está tendo legalidade, não está tendo transparência. Então, isso é um absurdo. E eu vou continuar, não estou combatendo a pessoa, o governador, estou combatendo a forma como as coisas estão acontecendo, que é vergonhosa.

Rebatendo críticas

Eles viviam me criticando aí, com narrativos a meu respeito, de que o governo tinha irregularidade, corrupção. Com o tempo está ficando provado que o nosso governo era um governo que fazia economia, que não tinha corrupção. As sacanagens que fizeram foram anuladas.

E o que está acontecendo agora é que eles querem se sentir donos do poder de Goiás, donos de tudo, e fazer as coisas sem a licitação. E é um preço muito mais caro. Essa é a questão, esse é o ponto.

Se acabar a vigência da Taxa do Agro, não vou recriar. Agora, se eles, por ventura, vencerem, eles vão continuar, não tenho dúvida. Porque o Caiado falou claramente, tem vídeo onde ele dizia que jamais, em momento algum na vida dele, podia passar pelas maiores dificuldades, ele criaria a Taxa do Agro. No dia seguinte, ele criou.

Campanha de alto nível

As coisas vão acontecer, eu quero ver os projetos, as propostas, o comportamento de cada um. E vamos focar a campanha, eu vou trabalhar para focar a campanha no alto nível, nas ideias, nos projetos.

Eu tenho uma história, tenho um legado de muito trabalho aqui no Estado, as pessoas sabem o que eu fiz ou deixei de fazer, então eu vou focar nisso.

 


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