30 de agosto de 2024
Política

Marconi diz que tem trabalhado para que a máquina do Estado funcione cada vez melhor

O governador Marconi Perillo afirmou em entrevista coletiva, no Palácio das Esmeraldas, para radialistas do Sudeste goiano, que o Brasil vive a maior crise econômica da história e que Goiás, apesar de ter iniciado um ajuste nas despesas antes do agravamento da crise, ainda sofre os efeitos dela.

 Ele disse trabalhar “para que a máquina do Estado funcione cada vez melhor” e que não mede esforços para bancar o custeio dos serviços básicos. “Quem vai a uma agência do Vapt Vupt, por exemplo, percebe que os serviços do governo estadual são de altíssimo nível, serviços de primeiro mundo. Quem vai a um hospital administrado pelo governo estadual hoje sente a diferença, em termos de qualidade”, apontou.

 Lembrou que o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, que sofreu recentemente um atentado em Itumbiara, se recuperou em um hospital da rede pública. “Agora, recentemente, o vice-governador sofreu um atentado, para qual hospital ele foi? Para um hospital público”, afirmou em referência ao fato de Eliton ter sido atendido no Hugol.

 O governador disse também que o momento no Brasil é de compreensão para com os gestores públicos, que precisam fazer os ajustes necessários, sob pena de inviabilizarem os governos em todos os níveis. “Muita gente pede aumento salarial hoje, mas se esquece de que se as coisas não melhorarem, amanhã pode deixar de receber aposentadoria, pode deixar de receber os salários. Então, mais do que nunca, é importante que os estados se viabilizem do ponto de vista fiscal e financeiro. É o que estou fazendo, estou trabalhando para fazer, apesar de enfrentar a maior crise da história do Brasil”, ponderou.

Administrações em “pré-colapso”

Ele lembrou que uma parte considerável dos estados e municípios, além do Governo Federal, vivem o que classificou de “situação de pré-colapso”. Usou como parâmetro o Produto Interno Bruto (PIB) auferido em 2015, cuja economia encolheu em torno de 4% em relação a 2014.

 “Nós tivemos 4% a menos no ano passado – esse ano vai ser mais ou menos isso. Quando o PIB cai 4%, a economia cai muito mais. Quando o PIB cresce, a economia cresce mais também. Então, aqui em Goiás foi um desastre. Tivemos desindustrialização, tivemos desemprego, assim como no Brasil. Goiás não é uma ilha, apesar de nós estarmos conseguindo, com muito trabalho, colocar nossas obrigações em dia, nós temos muita dificuldade”, revelou Marconi.

 Ele comemorou a aprovação, esta semana, da chamada PEC dos gastos (Proposta de Emenda à Constituição nº 241) por parte da Câmara dos Deputados. “É indispensável para que o Brasil volte aos trilhos. Muitas pessoas ainda não estão entendendo o que está acontecendo. O Brasil está à beira de se tornar uma Grécia, de quebrar totalmente”.

Comparação com demais administrações

Marconi Perillo lembrou que em estados como o Rio de Janeiro, salários, benefícios e aposentarias estão há meses atrasados. “Então chega uma hora em que é preciso colocar um freio de arrumação nos gastos, rediscutir prioridades, para que o estado continue funcionando bem”.

 O governador explicou a necessidade de os governantes manterem os serviços básicos em bom estado e enumerou os gastos com as principais áreas: “Para manter 1150 escolas funcionando no Estado, todos os dias, todos os meses, é algo que resulta em um investimento de mais de R$ 3,5 bilhões. Para manter 2,5 mil viaturas, mais de 20 mil homens trabalhando nas forças públicas de segurança, o Estado investe mais de R$ 2,5 bilhões. Para manter os hospitais e a Saúde funcionando, nós investimos mais de R$ 2 bilhões”.

 “Goiás tem uma situação um pouco melhor do que a maioria dos estados, mas as dificuldades aqui são enormes”, pontuou Marconi, ao declarar que Goiás paga a folha dos servidores em dia. “Mas temos dificuldades enormes para bancar o custeio da máquina, para fazer novos investimentos”, informou. De acordo com o governador, grande parte das receitas – “mais de 70%” – são destinadas ao pagamento de folha de pessoal e outras obrigações relativas às despesas correntes.

Retorno da Renda Cidadã

De acordo com Marconi, logo após o período eleitoral, mesmo com as dificuldades de caixa, Goiás vai retomar o programa Renda Cidadã. Informou que o programa só não foi reativado por conta de ação da Justiça Eleitoral. “Poderíamos estar pagando três meses atrás. O recadastramento foi feito, só que partidos de oposição entraram com ação na Justiça Eleitoral e proibiram os repasses. Agora, quando terminar a eleição, no próximo domingo, o Estado terá condições de voltar o pagamento da Renda Cidadã em todos os municípios goianos”, anunciou.


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