O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) foi questionado nesta quinta-feira (30) se fará ajustes na previdência dos servidores públicos estaduais. O chefe do executivo destacou que o que é preciso ter coragem para tomar medidas que podem não ser populares. Ele argumentou que poderia ficar de braços cruzados, mas seria uma “desonestidade intelectual”.
Marconi Perillo não declarou quando pretende fazer ajustes na previdência estadual, mas garantiu que ações precisam ser tomadas.
“Temos que ter a coragem cívica de tomarmos medidas independentemente de termos ou não popularidade, medidas estruturantes que vão garantir o futuro do Estado. Eu poderia muito bem cruzar meus braços em relação a essa questão da previdência e deixar para os próximos governadores resolverem. Seria uma desonestidade intelectual e ética da minha parte. Aquilo que estiver ao meu alcance e for necessário para que a gente tenha ajustes que garantam o bem-estar para sete milhões de pessoas, eu vou fazer”, explicou.
O chefe do Executivo disse que hoje o Estado tem um gasto com 40 mil funcionário e pensionistas e isso resulta num déficit de R$ 170 milhões por mês. O governador voltou a defender mudanças na legislação previdenciária.
“Temos hoje um gasto exorbitante com 40 mil funcionários aposentados e pensionistas. Nós temos um déficit na Previdência de R$ 170 milhões por mês, que é o desequilíbrio entre o que a gente cobra dos funcionários e o que o governo coloca, que é 14,25%. Ainda assim temos um desequilíbrio de R$ 170 milhões por conta de aposentadorias precoces. Temos pessoas que estão se aposentando com 46, 48 anos, pessoas que estão no auge de sua competência e se aposentam. Então, é preciso que a gente analise isso tecnicamente para que amanhã os funcionários e aposentados não deixem de receber seus salários como acontece nos estados hoje. Essa é uma questão que não pode ser discutida à luz da demagogia, do populismo, do corporativismo. Tem que ser discutida tecnicamente à luz da realidade e da própria Lei de Responsabilidade Fiscal sob pena de os próximos governadores amargarem muita dificuldade. Eu vou fazer o que tiver que fazer”, declarou.
Marconi Perillo disse ainda que pretende conversar com os servidores públicos e explicar a necessidade de se tomar medidas em relação a previdência.
“Vou conversar com o funcionários e expor a realidade, porque se as coisas continuarem como estão, os estados vão falir rapidamente, o Brasil vai quebrar, já está quebrado. É importante registrar que a população brasileira vive hoje quase 80 anos, em termos de idade média. Há 30 anos, a expectativa de vida era 50 anos. Essas coisas precisam ser avaliadas não no calor das emoções, das discussões ou do populismo, mas abertamente. Estou disposto a conversar isso, inclusive, com a oposição, para colocar as informações com mais interação. Já estou terminando o governo, fiz a minha parte, estou fazendo a minha parte, procuro fazer as coisas da forma mais correta possível. Agora, acho que todos têm que ter noção do que poderá acontecer no futuro. Nós temos que tomar, às vezes, decisões que no futuro sejam boas para todos, especialmente para o conjunto da sociedade goiana”, argumentou.
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