20 de novembro de 2024
Política

Marconi aceita proposta de Gerdau para liderar reformas nos estados

São Paulo, 22 de setembro de 2015 – O governador Marconi Perillo aceitou o desafio lançado, na tarde desta terça-feira (22), pelo presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau, de liderar um programa de reformas estruturais nos estados brasileiros, com o objetivo de garantir eficiência de gestão na máquina pública. A proposta de Gerdau foi apresentada durante o 13º Congresso do MBC, realizado no Hotel Unique, em São Paulo, com a presença de sete governadores, além de Marconi.

“Eu aceito seu desafio. Nós queremos colaborar com a reformulação dos estados brasileiros. No que depender dos governadores, o senhor poderá continuar contando conosco. Tenho a convicção de que nós, governadores, devemos retomar o papel de protagonistas, de líderes desse país. Vamos nos reunir, aproveitar nossas experiências e atender a um chamado como esse, que não é só do doutor Jorge Gerdau, mas da sociedade brasileira”, declarou Marconi.

Em discurso na abertura do evento, Gerdau fez uma análise da situação político-econômica do país e se declarou insatisfeito com a falta de governança no Brasil. “Governança é avaliar, direcionar e monitorar. O cenário nacional hoje está nos mostrando a importância e a carência da governança no setor público. Acredito que esse debate sobre estados deve partir daqueles que estão diretamente enfrentando essa realidade, ou seja, os governadores de Estado. O país precisa de governadores que governem, liderem, deem rumo e façam governança”, disse.

Ao participar do painel “Investimentos: setores público e privado juntos pelo desenvolvimento local”, o governador Marconi destacou que o papel do Estado não é de limitador, mas de indutor: “Resolver problemas de logística e infraestrutura é um papel nosso. Mas, muito mais do que isso, temos que dar ao empresário a tranquilidade para que ele possa investir, ter resultados e atingir seus objetivos.”

Ele enumerou as medidas que vem adotando desde o ano passado em Goiás contra a crise nacional e reforçou a importância da proposta de reformas. “A crise nos prejudicou a todos. A região Centro-Oeste é privilegiada. Somos líderes em exportações, em crescimento de PIB e empregos, mas não vivemos em uma ilha. Eu acho que para conseguirmos atrair mais investimentos não dependemos só das nossas políticas locais, mas muito desse ambiente que passa por um conjunto de reformas”, ressaltou.

Acompanhado do secretário de Gestão e Planejamento, Thiago Peixoto, do superintendente do Sebrae-GO, Igor Montenegro, e do presidente do Movimento Goiás Competitivo e CPGD Câmara Políticas Gestão Desempenho Competitividade, Pedro Bittar, Marconi falou ainda sobre o recente lançamento do programa Inova Goiás e ressaltou que o projeto, ancorado na inovação tecnológica e em pesquisa, possui como um dos objetivos principais a formação de mão de obra.

“Tivemos em Goiás uma experiência com um programa chamado Bolsa Futuro. Nós formamos 500 mil goianos nos últimos quatro anos. E agora vamos focar nos parques tecnológicos, na inovação, nas incubadoras, aceleradoras de empresas, arranjos produtivos locais e em uma rede capaz de colaborar com a formação profissional, para que a gente possa garantir a atração de mão de obra”, garantiu Marconi.

Além de Marconi Perillo, participaram do 13º Congresso do MBC os governadores: Geraldo Alckmin (São Paulo), Beto Richa (Paraná), Pedro Taques (Mato Grosso), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), Camilo Santana (Ceará) e Paulo Câmara (Pernambuco). O evento é realizado por Jorge Gerdau, presidente do MBC.

CPMF

Ao deixar o 13º Congresso do MBC, o governador Marconi Perillo concedeu entrevista à imprensa nacional e falou sobre os ajustes fiscais que estão sendo implantados para enfrentar as dificuldades no país.

“O momento atual exige medidas duras de caráter arrecadatório, mas isso é uma iniciativa do governo federal. É claro que para todos os governadores e prefeitos o compartilhamento de receita seria importante para os seus caixas. Eu não diria que é o caso da CPMF, mas alguma medida precisa ser adotada para ajustar o caixa federal e ajudar nos ajustes estaduais e municipais, sem que isso implique aumentar impostos, como tenho defendido em um novo pacto federativo”, avaliou Marconi.

Crítico declarado da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), durante sua passagem pelo Senado Federal, entre 2007 e 2010, Marconi Perillo preferiu não manifestar opinião quanto à tentativa de recriação do imposto pelo governo federal: “Em relação à CPMF, por exemplo, eu não tenho me manifestado a favor, até porque não sou parlamentar, não vou votar, e, em segundo lugar, por uma questão de coerência. Quando fui senador fui um dos que mais combateram e ajudaram a derrubar a CPMF”.


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