Um mapeamento de áreas remanescentes do Cerrado goiano será entregue pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) na próxima semana. O Atlas de Remanescentes de Vegetação Nativa de Goiás, está sendo preparado pela pasta em parceria com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da UFG, contratado para executar o projeto.
O relatório será entregue em seis etapas, correspondentes a cada bacia de Goiás. A primeira na próxima terça-feira (10) e as demais a cada três meses. A primeira etapa é a do Meia Ponte e dos Bois. Na sequência, virão: 2) Médio Tocantins e Paranã; 3) Alto Araguaia e Rio Vermelho; 4) Paranaíba; 5) Médio Araguaia; e 6) Almas, São Francisco e Corumbá.
Construção conjunta
O mapeamento feito pelo Lapig será realizado a partir de imagens de satélite, seguida da validação em campo. São cerca de dez pessoas do laboratório empenhadas no projeto, além de três analistas da Semad fazendo o monitoramento constante.
A matéria-prima para produção do mapeamento são as melhores imagens gratuitas que hoje estão disponíveis para consulta pública, fornecidas pelo programa de satélites brasileiro CBERS. O mapeamento com essas imagens vai fornecer um nível de detalhe 20 vezes maior que os mapas de uso e cobertura do solo do MapBiomas, que é a base que a Semad utiliza hoje.
O gerente de Geoprocessamento e Monitoramento Remoto da Semad, Murilo Cardoso, detalhou o nível de tecnologia empregado no projeto. “Desde os anos 1980 existem projetos de mapeamento de uso e cobertura do solo em grandes áreas no Brasil, como o RadamBrasil, mas esse é o maior, nesse nível de detalhe, já feito no Cerrado. Para um estado inteiro, nunca se mapeou com esse nível de detalhamento. No máximo, em uma propriedade ou outra”, afirmou.
Em 2022, a Semad abriu consulta pública, em forma de seminário, para que professores universitários da área pudessem auxiliar em debates sobre metodologias de pesquisa a serem utilizadas no projeto. A partir desse debate, redigiu-se um termo de referência que norteou o contrato assinado pela Semad e pelo Lapig. O papel da secretaria é o de monitorar a coleta e o manuseio de dados, oferecendo, quando for preciso, consultoria técnica para ajudar a UFG e identificar determinadas fitofisionomias que ocorrem em Goiás.
Potenciais futuros
Com dados mais precisos, o Governo de Goiás terá condições de avançar em políticas públicas na área ambiental. O Atlas também fornecerá informações mais precisas a respeito da contribuição do Estado no sequestro de gases causadores de efeito estufa. Além disso, cada tipo de formação vegetativa a ser identificada no Atlas contribui de uma forma própria nesse processo.
A secretária de Estado de meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, reitera o papel fundamental do projeto de mapeamento na atuação ambiental no Estado. “O Atlas servirá de base para a Semad melhorar a prestação de serviço para a população e para nortear a execução de novos projetos, programas e ações”, informou Vulcanis.
“Esse banco de dados vai, por exemplo, acelerar a análise de pedidos de licenciamento para supressão, tendo em vista que a Semad já terá em mãos os dados que o empreendedor informa no ato da solicitação”, acrescentou a titular da pasta.
O Atlas ainda servirá de instrumento para implementação das próximas fases do recém-criado programa de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), tendo em vista que o principal objetivo do PSA é justamente o de preservar remanescentes de vegetação nativa. Com essas informações, a Semad poderá decidir com mais tranquilidades quais municípios devem entrar prioritariamente no programa.
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