SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Manifestantes contrários ao presidente Michel Temer voltaram a se reunir na avenida Paulista neste domingo (11) e promoveram uma marcha até o parque Ibirapuera.
Em número menor em relação ao ato do fim de semana anterior, o protesto, organizado pela frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, reuniu políticos próximos da ex-presidente Dilma Rousseff e candidatos que disputam a eleição municipal.
Três pessoas foram detidas pela Polícia Militar durante uma confusão antes da passeata, próximo ao Masp. Enquanto o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) discursava de cima de um carro de som, policiais abordaram um grupo de jovens que conversava na esquina da avenida Paulista com a alameda Casa Branca.
Os três detidos foram levados para o 78° Distrito Policial, nos Jardins. A polícia afirma que apreendeu com os jovens objetos como máscaras, uma faca, um soco inglês, bolas de gude e um triturador de maconha.
Uma adolescente de 17 anos que estava com o grupo afirma que os jovens portavam máscaras brancas coloridas, que seriam usadas para fazer uma manifestação pacífica. Também disse que levava uma faca de cozinha sem corte e um soco inglês -que disse carregar sempre, como forma de autodefesa.
Danilo Camargo, advogado do PT, tentou acompanhar as detenções e contou que foi agredido.
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública informou na noite deste domingo que ainda não tinha informações sobre o caso.
No Twitter, a PM afirmou que os detidos estavam mascarados e portavam pedras, um soco inglês, bolas de gude, uma faca e um triturador de maconha.
A PM não fez estimativa de público. Segundo os organizadores, o ato reuniu pelo menos 50 mil pessoas. No protesto do último domingo (4), o cálculo foi de cerca de 100 mil manifestantes.
EM CAMPANHA
Candidatos a prefeito, Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) aproveitaram o ato para vincular adversários ao impeachment de Dilma e a ao governo Temer.
“Temos que derrotá-los nas ruas e também nas urnas”, disse Rui Falcão, presidente do PT, sobre políticos alinhados com o governo.
A candidata do PSOL afirmou que a mobilização contra Temer e a campanha em São Paulo estão ligadas. “É a causa principal da nossa luta, não tem tarefa mais importante”, afirmou.
Outro personagem citado com frequência pelos políticos e líderes da militância foi Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A votação que pode cassar o mandato do deputado afastado está marcada para esta segunda (12).
Em um carro de som, Haddad começou seu discurso dizendo: “Primeiramente, fora, Temer. E amanhã fora, Cunha”. Depois, cumprimentou Erundina e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), dizendo que “é uma honra lutar ao lado” deles.
Na pesquisa do Datafolha divulgada na última sexta (9), o prefeito, que tenta a reeleição, e a candidata do PSOL apareceram empatados tecnicamente em quarto lugar.
(ANGELA BOLDRINI, CAROLINA LINHARES E JOANA CUNHAFOLHA PRESS)
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