Os dias do deputado federal Major Vitor Hugo no PSL e à frente do mandato parlamentar podem estar contados. Isso porque, segundo o delegado e deputado federal Waldir Soares (PSL), presidente regional da legenda a executiva nacional irá avaliar a expulsão de Vitor Hugo. A reunião será nesta terça-feira (12/01) em Brasília e poderá sacramentar a decisão por “infidelidade partidária”.
Junto com outros 16 parlamentares do PSL, Major Vitor Hugo está suspenso da sigla e não pode exercer tarefas partidárias. Mesmo assim, articulou a saída da legenda do bloco que apoiaria Baleia Rossi (MDB-SP) e migrou para Arthur Lira (PP-AL). Ainda organizou um jantar no Palácio das Esmeraldas com a bancada de deputados federais em Goiás e o candidato à presidência da casa que acontecerá nesta segunda-feira (11/01).
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Na visão de Soares, Vitor Hugo não poderia ter articulado tal aliança, haja vista, que o acordo com Baleia Rossi já havia sido costurado com garantia que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ficaria com o PSL, caso o emedebista fosse eleito para conduzir os trabalhos na casa. “O PSL é um dos maiores partidos do país e hoje não pode abrir mão do controle da CCJ que é por onde tramita os principais projetos da Câmara Federal. Essa é uma articulação política, inteligente, sem busca de lampejos políticos e motivações de fato, pessoais”, explicou. A articulação segue os mesmos moldes do apoio que o PSL deu à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) em 2019.
“Se você se lembrar também em 2019 nós caminhamos com o Rodrigo Maia na candidatura e tivemos a possibilidade de ter o controle da CCJ que é a comissão mais importante, o PSL novamente quer o controle da CCJ. E na época nós indicamos o Felipe Francischini. E eu atendi um pedido do presidente Bolsonaro em 2019 ao fazer a aliança com o Maia porque eu dei ao filho dele, Eduardo Bolsonaro à presidência da Comissão de Relações Exteriores, que viabilizou ele ser candidato na Embaixada Americana, que deu bastante destaque internacional. Então para atender o filho do presidente Bolsonaro eu andei com o Rodrigo Maia”, rememorou.
Waldir pontuou inclusive que já conversou com a suplente do Major Vitor Hugo na Câmara. “Eu já conversei com a Denise [Brasil Menezes], que é a primeira suplente, para acionar os advogados dela, para que ela possa assumir o mandato desse deputado. Você não pode enganar as pessoas, criar um fato político, para você e outras pessoas, enganando as pessoas. Isso é muito feio. Enganaram tentando criar o partido Aliança, uma fake news. Agora criam esse fato político”.
Soares salienta ao jornalista Altair Tavares e editor do Diário de Goiás que a criação do Aliança Pelo Brasil, inclusive, foi uma ‘fraude’ em que advogados e um grupo de parlamentares utilizaram para enganar Jair Bolsonaro e pontuou que o partido e presidente conversam para tentar um possível retorno. “
Houve uma sinalização do presidente que ele gostaria de voltar para o PSL já que ele foi enganado pelos advogados deles e por alguns parlamentares dizendo que iria entregar para ele o partido Aliança e não conseguiram fazê-lo. Falávamos lá atrás, fizemos ao longo nos últimos anos na Câmara Federal e no Senado um trabalho para diminuir o número de partidos e não para crescer partidos. Hoje é muito difícil você ter um novo partido.”
Altair Tavares: Em número de filiados, depois que o presidente saiu qual é a situação do PSL em Goiás?
É o partido que mais cresceu no Estado de Goiás mesmo depois da saída do presidente da República e no Brasil, mesmo com a saída do presidente da República, nós somos o segundo partido que mais cresceu. Mais que nós, apenas o partido Rede. Nós continuamos fazer o dever de casa. É claro que se nós tivéssemos o presidente da República com certeza o partido teria crescido muito. Mas é o trabalho que eu, outros deputados federais e senadores tem feito ao longo de todo o país. Tivemos candidaturas em quase 150 municípios. Coligações com muitos partidos e estamos fazendo a boa política.
AT: O presidente Bolsonaro não faz falta para o PSL?
O presidente Bolsonaro tomou uma decisão e nos últimos meses até manifestou esse arrependimento de ter saído do partido e tem acenado uma possível volta. Isso tem sido dialogado entre o filho dele Flávio Bolsonaro e o nosso vice-presidente nacional Antônio de Rueda, os dois tem dialogado. Houve uma sinalização do presidente que ele gostaria de voltar para o PSL já que ele foi enganado pelos advogados deles e por alguns parlamentares dizendo que iria entregar para ele o partido Aliança e não conseguiram fazê-lo. Falávamos lá atrás, fizemos ao longo nos últimos anos na Câmara Federal e no Senado um trabalho para diminuir o número de partidos e não para crescer partidos. Hoje é muito dificil você ter um novo partido.
AT: Entre os que enganaram o presidente está o deputado Vitor Hugo, de Goiás?
Para mim fica complicado mencionar nomes porque eu não vivo quem está articulando buscando assinaturas para criar o Aliança. Desde o inicio, eu fui uma das pessoas que mencionou que eles estavam vendendo terrenos na lua, enganando as pessoas. O que aconteceu? A base do presidente Bolsonaro aqui em Goiás e no país acabou sendo distribuída para vários partidos e se esfacelou, e assim continua, sem rumo. Eu acredito que com o presidente tomando essa decisão [de voltar ao PSL] que deve acontecer até março a abril, eu penso que novos resultados, eu diria que se por um acaso o presidente estivesse em algum partido, no PSL ou em outro partido, ele teria eleito um grande número de prefeitos e vereadores. Sem essa base ele sofreu várias derrotas, consequências, infelizmente de alguns atos de desacertos.
AT: O PSL apoiou a eleição de Maguito Vilela. Já está participando da gestão com indicações de nomes também?
Tivemos um candidato próprio que foi o nosso deputado estadual Major Araújo e no segundo turno, em razão da afinidade que nós temos com o Daniel Vilela e com o MDB que já fizemos dezenas de parcerias com o MDB no Estado… em Itumbiara, Jataí… vários municípios nós fizemos parcerias com o MDB, elegemos juntos vários prefeitos. No segundo turno, tivemos o PSL hoje faz parte da oposição ao Governo do Estado, mesmo tendo ajudado a eleger um governador, mas levamos um chute no traseiro, hoje nos alinhamos a oposição e hoje pra mim essa oposição está representada pelo Daniel Vilela que é o meu candidato ao governo do Estado em 2022. Então, nós recebemos um convite. Reelegemos um vereador fenomenal que é o Lucas Kitão, muito diferenciado, fez um trabalho espetacular na Câmara e foi reeleito. COm base nesses fatores, fomos convidados pelo Daniel Vilela para fazer parte da gestão da prefeitura. Temos ideias fenomenais, você deve se recordar: eu fui candidato a prefeito em 2016, cantei ideias brilhantes na área do meio-ambiente, segurança pública e saúde. Recebemos esse convite para contribuir com a gestão do prefeito Maguito Vilela.
AT: Já indicou quem?
Nós não temos nomes indicados ainda. O atual prefeito vai fazer um levantamento e buscar os locais onde o PSL pode se adequar e havendo essa possibilidade o PSL participa da gestão.
AT: O senhor está acompanhando o seu integrante do partido, Major Vitor Hugo está levando o PSL ao apoio ao candidato Arthur Lira para presidente da Câmara dos Deputados, inclusive, com jantar hoje nós Palácio das Esmeraldas. O senhor vai participar desse jantar? O Major Vitor Hugo tem esse controle dessa base do PSL?
Na verdade, mais uma fake news. Algumas pessoas querem é… ele chuta a mãe. Porque eu digo que ele chuta a mãe… Você para nascer político, seja vereador, deputado, prefeito… Você depende de um partido político e o partido político é sua mãe, quem te gerou. E você não pode ser ingrato. É só entrar no site da Câmara, esse deputado está suspenso. Ele e mais 16 deputados estão suspensos. Uma vez que eles estão suspensos, eles não podem exercer os direitos políticos dele na gestão partidária. A iniciativa que ele teve de pegar assinaturas na verdade enseja em mais uma infidelidade partidária, então ele já está suspenso e com certeza não vamos nos reunir na terça-feira, amanhã, em Brasília, onde será proposto pela Executiva Nacional mais uma punição e que pode resultar na expulsão dele e de mais 16 parlamentares por infidelidade partidária. Eu já conversei com a Denise [Brasil Menezes], que é a primeira suplente, para acionar os advogados dela, para que ela possa assumir o mandato desse deputado. Você não pode enganar as pessoas, criar um fato político, para você e outras pessoas, enganando as pessoas. Isso é muito feio. Enganaram tentando criar o partido Aliança, uma fake news. Agora criam esse fato político. Eu vejo uma alegação tola: “vocês estão num bloco com o PT”. Se você se lembrar o presidente Bolsonaro era do PP, o presidente Bolsonaro era petista e esquerdista? Ele votou mais de 50% durante o mandato do Lula e da Dilma o presidente Bolsonaro votou com a esquerda mais de 50%? Ele é esquerdista? Ele é lulista? Não… eu não tenho conhecimento disso. Se você se lembrar também em 2019 nós caminhamos com o Rodrigo Maia na candidatura e tivemos a possibilidade de ter o controle da CCJ que é a comissão mais importante, o PSL novamente quer o controle da CCJ. E na época nós indicamos o Felipe Francischini. E eu atendi um pedido do presidente Bolsonaro em 2019 ao fazer a aliança com o Maia porque eu dei ao filho dele, Eduardo Bolsonaro à presidência da Comissão de Relações Exteriores, que viabilizou ele ser candidato na Embaixada Americana, que deu bastante destaque internacional. Então para atender o filho do presidente Bolsonaro eu andei com o Rodrigo Maia. O PSL é um dos maiores partidos do país e hoje não pode abrir mão do controle da CCJ que é por onde tramita os principais projetos da Câmara Federal. Essa é uma articulação política, inteligente, sem busca de lampejos políticos e motivações de fato, pessoais.
AT: O PSL está abraçado com a campanha de Baleia Rossi?
O PSL tomou uma decisão partidária. Nós caminhamos o Baleia Rossi, é ele que vai manter as instituições democráticas. Há poucos dias, você viu um grupo de extrema-direita do PSL defender fechar o COngresso Nacional. Fechar o STF. Eu não gosto de alguns ministro, mas para impedir um ministro é só através do Senado, você não pode falar maluquice, pegar uma tocha e ir lá para frente querer queimar o Senado, ou como fizeram agora nos Estados Unidos com o Trump. Você não pode querer fechar as Prefeituras, as Câmaras de Vereadores, as Assembleias Legislativas, o Poder Judiciário, o Ministério Público, é isso que defende esse grupo de parlamentares de extrema-direita do PSL. O PSL raiz, o PSL ele é democrático. Então nós temos que pensar que temos três poderes e leis no país e vivemos numa democracia estável. Não vai ter ditadura militar, os militares não vão tomar o poder amanhã. Então nós vivemos numa democracia.
AT: Já que se o senhor citou essa questão americana, se o Congresso fosse invadido daquele jeito como o Capitólio foi invadido, o senhor faria como?
Na verdade, já houve algumas tentativas aqui no Brasil. Várias vezes quando se vota uma situação aqui no país, é… tem se tomado decisões duras. E pessoas tem sido presas. O STF agiu muito bem prendendo várias pessoas que tentaram invadir em outros momentos o próprio STF e a Câmara Federal. E lá, você tá vendo resultado. O unico deputado que causou invasão, já renunciou e pediu desculpa. Todos os que participaram daquela ação estão sendo feitos. Eu acredito que talvez dê tempo ainda para o impedimento do presidente Trump que é maluco. Quando essas pessoas saem da casinha, você tem que dar o remédio para elas, e o remédio sem dúvida nenhuma é a cadeia e tirar ela do convívio da sociedade. Da mesma forma, os órgãos instituídos aqui no Brasil dariam o mesmo remédio. Usando os remédios da carta magna da Constituição nos dá. Isso é democracia.