A polêmica envolvendo a possível desistência de Major Araújo (PRP) em permanecer no cargo de deputado e não assumir a vice de Iris Rezende (PMDB) na Prefeitura de Goiânia passa pela direção do partido que o parlamentar faz parte. O presidente estadual do PRP, Jorcelino Braga, reclamou que o deputado não tratou com ele do assunto. Em entrevista ao Diário de Goiás, Major Araújo disse que o dirigente partidário será procurado em momento oportuno.
Abaixo a entrevista:
Samuel Straioto: Quanto à declaração de Braga, o senhor pretende procurá-lo no momento oportuno?
Major Araújo- O Braga, nós mantemos conversa constantemente, contato. É que depois da campanha eu realmente tive oportunidade poucas vezes de falar, conversar com ele. Conversei por telefone e estava esperando novidades em relação à própria base eleita para governador Goiânia e essas novidades não aconteceram. Não tem motivo nenhum. Eu estou ocupando meu tempo todo recebendo militância que ajudou na campanha e que agora tem procurado o escritório do Iris e não tem conseguido falar com ele, e vem falar comigo por ter sido eleito a vice. Eu não tenho tido tempo nem para mim e minha família, quanto mais para ir conversar com A ou B. Então, nós realmente tivemos pouca oportunidade de conversar, só por telefone poucas vezes. Mas, eu no momento oportuno, sim. As duas pessoas que vão saber da minha decisão até antes de homologar é o próprio prefeito, a quem eu devo toda satisfação nesse caso pelo privilégio do convite que foi formulado, por ter concorrido ao seu lado, de ter vencido uma eleição difícil, essa coisa toda que para mim foi realmente um privilégio; e o próprio Braga que me abriu as portas do PRP, me acolheu, que tem me incentivado e tem sido importante na minha carreira política.
Samuel Straioto: Porque isso não foi pensado antes? Não houve tempo para pensar?
Major Araújo- Eu já disse e tenho repetido que a nossa escolha se deu no prazo limite, todo mundo se lembra. No dia seguinte estávamos fazendo o registro da candidatura. Depois, na semana seguinte começou de fato a campanha. E o primeiro partido a por a campanha nas ruas foi justamente o PMDB, sem material, sem nada, passamos a caminhas: Camelódromo de Campinas, Novo Horizonte, enfim, por Goiânia inteira. Então, nós não tivemos tempo para refletir, especialmente com o segmento que me acompanha, que me lançou, que me elegeu para dois mandatos. Eu não tive tempo, embora recebesse uma mensagem pelo whatsaap, um telefonema recomendando ou fazendo reparos de que minha decisão teria sido acertada, essa questão toda. Mas o certo é que a decisão foi tomada, eu aceitei o convite, concorri. Eu tinha dois objetivos aceitando esse convite. O primeiro deles: eleger Iris Rezende, inclusive fui no Fica Iris, fiz parte daquele movimento para que ele repensasse sua decisão e voltasse atrás. Então, porque eu fiz isso? Para fortalecer a oposição. Eu não via outro nome na oposição que fosse capaz de vencer as eleições aqui em Goiânia a não ser o do Iris. Então, fiz parte daquele movimento, fui um dos representantes do meu partido que foi lá pedir que ele continuasse. Continuou. Depois, fiz parte, então, e esse era um dos objetivos, passei a fazer parte da chapa. O objetivo principal nós conseguimos: eleger Iris Rezende. O objetivo secundário para mim seria assumir a Prefeitura. O principal nós conseguimos. Quem vai governar é o prefeito, o vice daqui alguns anos ninguém vai lembrar quem foi o vice de Iris Rezende. Vice é assim, infelizmente. Agora, o vice não aparece. Eu diria que o vice é um estepe que, às vezes, dependendo do tempo de uso do seu carro, em quatro anos, você não usa nenhuma vez e você nem lembra que tem. Se alguém furtar seu estepe, é perigoso você nem sentir falta dele. Então, é mais ou menos assim o vice. Não vejo porque tanta polêmica na decisão nossa, se essa for a decisão de permanecer na Assembleia.
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