Com a retomada dos focos de incêndio na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, foram enviados para ajudar no combate mais um helicóptero e dois aviões especiais. Os aviões serão utilizados para seguir e molhar as linhas de fogo numa tentativa de barrar o avanço das chamas para locais onde a vegetação ainda não foi consumida.
Enquanto isso, os brigadistas fazem o combate nos outros extremos dos focos de incêndio.
Os aviões partem do aeroporto de Alto Paraíso transportando em média 3 mil litros de água com destino às linhas de fogo já identificadas no interior do parque. João Morita, analista ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio), explicou em entrevista à Tv Anhanguera que os aviões percorrem rapidamente a distância entre a pista de pouso e os locais de incêndio, que estão cerca de 18 a 20 quilômetros dentro do parque.
Sem descanso
O combate não teve nem 24 horas de alívio. O fogo chegou a arrefecer com as chuvas que começaram no domingo em boa parte da região, mas na Reserva Kalunga, entre Cavalcante e Monte Alegre, os focos continuaram.
Também no interior do PNCV um raio na noite de terça-feira (14) causou destruição e exigiu inicialmente o fechamento de um dos atrativos turísticos. Depois, outra trilha, conhecida como São Jorge a Capela, também acabou fechada.
O ICMBio precisou até remover visitantes que estavam acampados próximos da cacheira das Sete Quedas, a travessia atingida pelo fogo de raio.
Desejo de chuva e medo de mais raios
A expectativa é de que a chegada de chuvas mais consistentes nos próximos dias ajude a controlar as chamas, embora o período também cause preocupação pela tendência de raios em pontos que ainda estejam ressecados.
A região nordeste de Goiás, onde fica a Chapada dos Veadeiros, vem sofrendo com incêndios há mais de duas semanas.
Origem dos focos é investigada
O ICMBio suspeita que alguns focos neste período tenham origem criminosa.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) contabilizou, entre 1º de janeiro de 2025 e 12 de outubro, 89,8 mil hectares destruídos por incêndios florestais apenas na APA do Pouso Alto, onde o PNCV fica, junto com duas unidades de proteção estaduais: o Parque Águas do Paraíso e a Estação Ecológica de Nova Roma.
Segundo a secretaria, que está na região investigando os casos junto com a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, pelo menos 30 proprietários rurais devem ser autuados. A Semad gerou imagens de satélite para encontrar os pontos de ignição e, posteriormente, está indo a campo para validar as informações.
“Há casos em que uma única pessoa pode ser multada em R$ 50 milhões”, informou o órgão.
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