07 de agosto de 2024
Política

“Mais diálogo”, pede presidente da Alego em relação ao governo Caiado

presidente da Assembleia Legislativa de Goiás Lissauer Vieira.
presidente da Assembleia Legislativa de Goiás Lissauer Vieira.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, detalhou no Jackson Abrão entrevista do jornal O Popular, nesta segunda-feira (29), como anda a situação da Alego e sobre a relação com o governo de Ronaldo Caiado.

“Nós fomos eleitos em um discurso de independência, os poderes tem que ser harmônicos, respeitosos, mas tem que ser independentes. Sabemos das condições econômicas e financeiras do Estado, mas, nós temos a nossa independência e estamos mostrando isso para toda a população do Estado e o que   decide é a maioria”.

O presidente explicou que existem vários cortes a serem feitos na Assembleia Legislativa. “Já estamos fazendo algumas ações como a criação do Terceiro Turno, a partir do projeto de Lei que nós colocamos e já está sendo apreciado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). Nós queremos o Terceiro Turno para que a Assembleia funcione das 7 da manhã até as  22 horas. Isso para dar mais trabalho aos servidores, mas para economizar. A Assembleia gastava com horas extras quase R$ 1 milhão por mês  e nós vamos economizar isso a quase 100% dos cortes de horas extras a partir do momento que nós criarmos o terceiro turno”, pontua Lissauer.   

Orçamento Impositivo

Sobre o Orçamento Impositivo o presidente da Alego, é favor de aumentar o orçamento para 1,2% da receita corrente líquida, mesmo o governador  afirmando que 80% dessa receita já está comprometido com a folha de pagamento e a quitação de dívidas.

“Os deputados são representante de regiões e segmentos, somos nós que vamos nós municípios e sabemos as dificuldades que passam os municípios, nós sabemos e vivemos as dificuldades dos municípios. As emendas parlamentares são para isso, o governo é obrigado a investir em educação e saúde. O que nós estamos tentando mostrar ao governo é que se ele tem que investir em educação e saúde, nós queremos ajudar a participar dessa discussão com 1,2% nada mais que isso”, explica.

“Nós não vamos impor ao governo através da PEC do Orçamento Impositivo, que se coloque investimentos em infraestrutura se o governo não tem condições e não tem dinheiro. Nós entendemos e sabemos das dificuldades do Estado, mas também sabemos que é possível porque o governo tem a obrigação de investir em saúde e em educação. O Orçamento Impositivo excluí as obrigações que são folha de pagamento e a manutenção da máquina, vamos participar apenas dos investimentos” completa Lissauer.

Lissauer ressalta que a Assembleia  Legislativa ouve o governo, mas também é preciso ouvir o legislativo.  “Quando eu disse que sou a favor do Orçamento Impositivo isso não é um sentimento do  presidente da Assembleia, é um sentimento da maioria dos deputados”, diz.

Relação com o governo

Sobre a relação com o governo Caiado, o presidente afirma a necessidade de ser formada a base na Alego. “O governo precisa formar uma base,  precisa dialogar mais estar mais próximo dos deputados, colocar um interlocutor para poder formatar sua base. Falta diálogo, acho que o governador está focado em questões nacionais indo muito a Brasília para ajudar o Estado a recuperar a crise econômica, sabemos que precisa de recursos federais e o governador focou muito nisso. Ele precisa voltar a sua atenção para  Goiás, dialogar mais com os parlamentares, receber esses parlamentares, os prefeitos, para poder formar a sua base”.

“Nós temos nossa independência, respeitamos o governo toda e qualquer ação do governo, mas nós pautaremos matérias na Assembleia conforme a orientação dos colegas parlamentares. Quem vai decidir é a maioria, não vai ter interferência do governo, mas nós sabemos dialogar e respeitar qualquer e toda ação que o governo fizer, porém a nossa independência será a marca da nossa gestão”, esclarece Lissauer.

Lissauer deixa alguns pontos para servirem de sugestões para Caiado. “As vezes, está faltando um pouco de habilidade para os auxiliares do governo. Nós sabemos que o governador  escolheu essas pessoas por questões técnicas, são pessoas que vieram de fora, mas são pessoas que tem uma qualificação para assumir o seu cargo. Agora demora para conhecer o Estado,  para saber a realidade do Estado e isso a gente tem visto que as coisas não andaram em algumas secretarias por conta disso. Eu na minha opinião, escolheria pessoas daqui com qualificações, tem pessoas boas e competentes para assumir qualquer pasta que seja”, ressalta.  

Para Lissauer é preciso um planejamento mais focado. “Estamos entrando já no quinto mês de governo e nós percebemos que algumas ações ainda não andaram. O governador tem se preocupado muito com  a questão fiscal do Estado, nós não vimos ainda um plano de recuperação de rodovias, um plano de programas sociais, nós precisamos ver um planejamento mais focado. O bom gestor é reconhecido nas dificuldades, fazer uma gestão com muito dinheiro todo mundo faz, agora é nas dificuldades que se faz o bom gestor”, conclui o presidente da Assembleia Legislativa.

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