O deputado federal goiano, Elias Vaz (PSB) identificou dez empenhos do governo federal para a aquisição de 11,2 milhões de comprimidos de Citrato de Sildenafila, de 2019 a 2022. O contrato de compra foi firmado, de acordo com o parlamentar, entre o Laboratório Farmacêutico da Marinha Brasileira (UASG 765741) e a empresa EMS S/A. Os dados são do Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo. A conta pode chegar, conforme o legislador, ao valor de R$33.592.714,80.
Diante da identificação, Vaz solicitou, nesta quinta-feira (28), a convocação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, para explicar a compra dos medicamentos pelas Forças Armadas. O pedido foi feito, segundo o deputado, para a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
No dia 11 deste mês, Elias Vaz também acionou o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas para investigação da liberação de compra de 60 próteses penianas, no valor de R$3,5 milhões, para unidades ligadas ao Exército e de 35 mil comprimidos de Viagra, com indícios de superfaturamento, para atender Marinha, Exército e Aeronáutica. Na época, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a situação e afirmou em relação aos comprimidos de Viagra: “Com todo o respeito, isso não é nada”.
“O que o Bolsonaro vai dizer agora? Ou ele é incompetente e não sabe o que está acontecendo no próprio governo ou usou de má-fé. A Câmara Federal e a sociedade precisam de uma satisfação. É dinheiro público usado de forma indevida”, rebate o parlamentar.
Transferência de tecnologia
Elias Vaz também cobra explicações sobre o contrato do Laboratório Farmacêutico da Marinha com a farmacêutica EMS para transferência da tecnologia de fabricação do Citrato de Sildenafila e o porquê de a Marinha está interessada em produzir o Viagra.
“Queremos saber do ministro qual o critério adotado para decidir a produção de medicamentos pelas Forças Armadas. Por que a opção de investir dinheiro público para fabricar Viagra em detrimento de outros remédios, como antibióticos e analgésicos, por exemplo?”, questiona o parlamentar.
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