09 de agosto de 2024
Destaque • atualizado em 30/10/2020 às 18:02

Maiores desafios da próxima gestão em Goiânia serão saúde e transporte público, pondera Pedro Wilson

Pedro Wilson. (Foto: Leoiran)
Pedro Wilson. (Foto: Leoiran)

Se depender do ex-deputado federal Pedro Wilson (PT) a próxima prefeita de Goiânia será sua colega de partido a delegada Adriana Accorsi e um dos maiores desafios de seu mandato será melhor a saúde em meio a pandemia do novo coronavírus e o transporte público urbano. Pudera, Wilson é vice da chapa petista e encara mais um desafio em sua carreira política, que ele mesmo assume nunca ter abandonado. “Sempre continuei acompanhando como eleitor”, disse em entrevista ao Diário de Goiás.

Acompanhando às eleições na capital no interior do Estado, Pedro tem participado de reuniões de forma remota. Sua idade o coloca dentro do grupo de risco e todo o cuidado é pouco, mas está antenado em tudo que acontece no cotidiano. No dia que esta entrevista foi realizado, o ex-prefeito da capital estava escrevendo um artigo sobre a nova encíclica do Papa Francisco, assinada no começo de outubro. 

A experiência dos seus 78 anos de vida o fez rever episódios que imaginava ter ficado no passado. “Eu vivi nos anos 50 tivemos a gripe espanhola. Muita gente dizia que não era nada”, rememora. Mas também o fez viver experiências que achou que só conhecia por meio dos livros de história. “No começo do século passado, tivemos a briga do Oswaldo Cruz que quase foi morto, muita gente se revoltando contra a vacinação. Mas foi ela que possibilitou o saneamento do Rio de Janeiro e se tornar uma grande capital da República no passado e hoje cultural.”

Ansioso por uma vacina e ao menos uma solução que permita sair de casa com mais segurança em tempos de pandemia, Wilson não recusaria a ‘vacina chinesa’ produzida pelo Instituto Butantan. “Na primeira oportunidade que tivermos eu serei o primeiro da fila para ser vacinado”, brinca.

Desafios de Adriana

Que serão inúmeros os desafios do próximo prefeito ou prefeita de Goiânia não é dúvida para ninguém. A pandemia do novo coronavírus forçou a paralisação do comércio por quase seis meses em 2020 e as consequência estão aí. Sem o auxílio emergencial que o Governo Federal concedeu e o crescente desemprego, o eleito à cadeira que hoje é ocupada por Iris Rezende terá muito trabalho. Além da saúde pública na capital goianiense Pedro Wilson traça outro destaque: o transporte público urbano e o protagonismo que Goiânia deverá assumir em relação ao diálogo com outros prefeitos do entorno da capital. “A região metropolitana já está constituída mas você sente que ela não está funcionando. Às vezes um prefeito fica de um lado o outro fica de outro e não dá valor a formação de técnicos capazes em ajudar. Não é só ficar na mão do empresário, de um e de outro”, pontua.

Trabalhar os espaços e moradia urbana é fundamental para resolver esse assunto e dialogar com movimentos sociais algo severamente importante. “Em eleição, eu acho que nós temos que trabalhar a ideia de que é possível termos uma participação não apenas dos partidos políticos mas dos movimentos sociais. Se há um movimento de moradia vamos apoiá-lo. Às vezes eles têm condições até de construir as moradias mais barato e sabe onde está. Quando prefeito aonde que eu fiz as moradias? Eu fiz elas nos lugares que elas moravam. No Jardim Goiás, no Setor Pedro Ludovico. O terreno era pouco? Então fizemos predinhos. Porque a pessoa não pode morar bem?”, pontua.

Seja qual for o rumo, Wilson destaca que o transporte urbano deve ser ‘reinventado’. Não dá para se pensar em transporte público destacando o transporte individual. “Não podemos deixar que a cidade seja invadida por carro e motocicleta. Todo mundo tem seu lugar mas eles estão atolados dentro do centro da cidade.” Pedro destaca: “você tem que dar prioridade ao transporte de massa.”

Wilson quer contribuir como vice-prefeito: “A idade vai avançando e as ideias se renovam” (Foto: Leoiran)

Manter uma gestão focada no meio-ambiente e na educação

O candidato à vice quer continuar uma gestão focada no meio-ambiente. Em sua administração, entre 2000 e 2004, conseguiu viabilizar o Programa Macambira Anicuns. Com Adriana eleita, Wilson pretende fazer com que o projeto chegue até Aparecida de Goiânia. Daí, é necessário ter diálogo e diplomacia com outros mandatários. “Queremos uma cidade voltada ao meio-ambiente. Começamos várias propostas e conseguimos pela primeira vez um financiamento no Banco Mundial para construir o projeto Macambira Anicuns. Infelizmente, outras pessoas não deram o devido valor como deu o prefeito Paulo Garcia. Depois de muitos a gente sai do cargo mas a gente pode voltar ao cargo. A Adriana é uma pessoa nova, dinâmica, deseja ser prefeita.” 

Wilson também rememora os feitos na educação quando foi prefeito, 20 anos atrás. Ele pontua que conseguiu criar o modelo conhecido hoje como CMEIs. “A gente passou a fase daquela creche que era mais um depósito de criança do que um lugar de educação. Porque a criança, dizem alguns cientistas, neurocientistas, que desde a barriga da mãe estamos em plena aprendizagem. Esses centros para muitas crianças que não tinham uma condição digna, vieram em tempo integral para alimentação, com banho, brinquedoteca, esporte e lazer para a criança sentir que a escola é um local bom de se aprender e depois, desenvolver por outras fases da educação”, relembrou.

Em sua gestão, o cardápio da rede municipal dava aos alunos castanha de baru, em vez de amendoim. “Colocamos em cada CMEI, a brinquedoteca. Nós tiramos o amendoim e colocamos o baru, que é aqui do Cerrado e não colocamos apenas um lanche, colocamos um almoço e um jantar.”

Encarar o desafio da vice

O professor Pedro Wilson assume que surpreendeu muita gente ao ser anunciado como vice da delegada Adriana Accorsi. “Era para se fazer uma aliança com o PC do B. Já tinha até o candidato mas eles não quiseram formar a chapa conosco”, sem dar detalhes sobre o acordo com a legenda que preferiu entrar no barco emedebista e apoiar a candidatura de Maguito Vilela.

Caiu em seu colo o desafio. “A gente tem que cooperar. As ideias se renovam, a idade vai avançando, mas decidimos colocar o nosso nome. Muita gente assustou com essa decisão mas queremos colaborar, somar com a Adriana, uma jovem que se dedicou. Advogada, delegada, deputada estadual, militante desde as primeiras horas no PT. Coloquei meu nome e eles aceitaram, ela e a direção partidária e estamos aí para somar.”


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