07 de agosto de 2024
Sistema eleitoral sob ataque • atualizado em 19/07/2022 às 18:33

Maior associação de membros do MP brasileiro sai em defesa das urnas eletrônicas

A manifestação pública assinada pelo presidente da entidade, Manoel Murrieta ocorre um dia após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro
TSE garante integridade das urnas eletrônicas (Foto: Divulgação)
TSE garante integridade das urnas eletrônicas (Foto: Divulgação)

Com mais de 16 mil associados em seu quadro, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) manifestou, nesta terça-feira (19/07) seu apoio as urnas eletrônicas e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se da maior entidade representativa do MP brasileiro.

A manifestação pública assinada pelo presidente da entidade, Manoel Murrieta ocorre um dia após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas.

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“O sistema de voto eletrônico, implementado há 26 anos, – com constante fiscalização do Ministério Público Eleitoral – jamais teve contra si qualquer comprovação ou sequer indício que sustente dúvida quanto a sua eficiência e lisura. Pelo contrário, o modelo eletrônico brasileiro é, hoje, uma referência internacional”, destacou em um trecho do posicionamento.

A entidade ressalta que o MP está preparado para garantir que o pleito que se aproxima ocorra com segurança. “Os Membros do Ministério Público estão prontos para atuar em defesa da Constituição e do Estado de Direito, sobretudo para assegurar a realização do pleito deste ano”, completou.

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Numa reunião que ocorreu ontem (18), no Palácio da Alvorada, Bolsonaro reuniu embaixadores de 50 países e repetiu sua tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes. Ele citou vídeos descontextualizados e informações já desmentidas pela Justiça Eleitoral sobre as urnas eletrônicas.

“Eu sou acuado o tempo todo de querer dar o golpe, mas estou questionando antes porque temos tempo ainda e resolver esse problema”, afirmou o presidente a apoiadores, apresentando um PowerPoint com suas desconfianças e ataques a ministros do STF. “Nós preservamos a nossa democracia. Até o momento uma só palavra minha houve fora do que chamo de quatro linhas da nossa Constituição, respeitamos as leis”.

A reunião motivou deputados da oposição a pedirem que o Supremo Tribunal Federal abrisse uma investigação para apurar as falas infundadas de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. A solicitação de investigação é assinada pelos deputados Alencar Santana (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Joênia Wapichana (Rede-RR), Wolney Queiroz (PDT-PE), Bira do Pindaré (PSB-MA), Bacelar (PV-BA) e Afonso Florence (PT-SP).

A peça classifica a tentativa de Bolsonaro de deslegitimar o processo eleitoral de “desvarios criminosos” e “sandices”. O presidente costuma fazer críticas às urnas eletrônicas e já disse diversas vezes, sob o argumento de que não é possível auditar as votações, de que ‘deveria haver a possibilidade de imprimir um registro impresso do voto.


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