22 de dezembro de 2024
Era bronquite • atualizado em 23/02/2022 às 08:57

Mãe impedida de realizar velório da filha que não morreu de Covid-19 será indenizada

Além da paciente não ter Covid-19, ela foi tratada com medicamento inapropriado
A Covid-19 mudou o ritual de enterro em todo o mundo (Foto: Ravena Rosa/ Agência Rosa)
A Covid-19 mudou o ritual de enterro em todo o mundo (Foto: Ravena Rosa/ Agência Rosa)

O juiz Liciomar Fernandes, da Comarca de Niquelândia, condenou a Prefeitura da Cidade, que fica no Norte do estado, a pagar uma indenização de R$ 20 mil para uma mãe que foi proibida de realizar o velório da filha, de 18 anos, que não morreu de Covid-19. Com informações do Rota Jurídica e do Portal Excelência Notícias.

O óbito aconteceu em junho de 2020, quando a pandemia já havia sido instaurada, mas a causa da morte não foi em decorrência da covid-19 e sim, por conta de uma bronquite asmática, problema respiratório que a paciente enfrentava desde 2015. A mãe sequer teve a possibilidade de se aproximar do caixão da filha, mesmo com quatro testes negativos para a Covid-19.

“A dor da família foi tratada sem qualquer cuidado e humanidade. Foi apenas mais um caso como outro qualquer”, destacou o juiz, na decisão. Durante a análise do caso, o magistrado também apontou que a jovem foi tratada o tempo todo de acordo com os protocolos para enfrentamento a covid-19, embora ela nunca tenha sido diagnosticada com a doença. 

O magistrado ainda pontuou que mesmo com todos os exames negativos para a Covid-19, a vítima foi submetida ao tratamento de acordo com os protocolos de enfrentamento ao coronavírus, até mesmo com medicamentos comprovadamente ineficazes como ivermectina e azitromicina. O juiz destacou que o tratamento com a paciente não estava de acordo com os moldes e padrões da ética profissional.

Ademais, não existia nenhum decreto à época que impedia a realização do velório e que bastava o cuidado e adoção de medidas preventivas para que fossem respeitadas as orientações como distanciamento social  e uso de máscaras. “Mas a dor da família foi tratada sem qualquer cuidado e humanidade. Foi apenas mais um caso como outro qualquer”, pontuou o juiz.


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