O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou, nessa segunda-feira (7), os militantes do chavismo (seguidores do ex-presidente Hugo Chávez) para uma “grande jornada de debate” e de diálogo, com o objetivo de analisar o “revés” nas eleições parlamentares de domingo (6).
Em pronunciamento no Palácio de Miraflores, sede do governo, Maduro falou de um “debate integral, para fortalecer a revolução e procurar soluções para as questões do país”, um debate para “fazer mais revolução”.
O chefe de Estado venezuelano fez o apelo, em companhia dos ministros e ex-candidatos às eleições parlamentares. Ele disse que o debate não é para o chavismo se “autoflagelar”, como “quer a embaixada gringa [norte-americana] e o imperialismo”, mas para “reconstruir nova maioria revolucionária”. Acrescentou que será feita “uma grande jornada de debate, de consulta e de elaboração da estratégia de ação” face à nova etapa que começa na revolução bolivariana.
“Vocês não sabem a dor que levamos no coração depois deste revés eleitoral, de como a burguesia fez danos ao povo, não apenas economicamente, mas também confundindo importantes setores de nossa sociedade, de nosso amado povo, ao qual dirigimos uma mensagem: Nós somos vocês”, disse Maduro. Segundo ele, “não há tempo para tristezas”, mas para “lutar” e procurar a união entre os chavistas.
O presidente anunciou que já tem pronto um “primeiro cronograma de debate, consulta e ação” e que nas próximas quinta e sexta-feira haverá uma jornada especial de trabalho, de avaliação e planejamento dos delegados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder.
Na quarta-feira, haverá reunião especial com os secretários-gerais dos partidos que integram a aliança que apoia o governo, chamada Grande Polo Patriótico “para unificar critérios e identificar assuntos”.
Os resultados preliminares das eleições parlamentares de domingo indicam que a aliança da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) obteve 99 deputados, enquanto o chavismo conquistou 46.
A MUD assegurou, nessa segunda-feira, ter conseguido 112 deputados na Assembleia Nacional, resultado com o qual alcançaria dois terços do Parlamento, e que o chavismo elegeu 51.
Esta é a primeira vez em 16 anos que a oposição na Venezuela tem maioria no Parlamento.
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