11 de agosto de 2024
Catalão • atualizado em 28/04/2024 às 12:19

Madri dinamitou o diálogo, afirma ‘chanceler’ catalão

O governo espanhol diz que, no lugar do plebiscito de domingo, preferia dialogar com as autoridades catalãs.

Albert Royo diz que esperou demais. “Há sete anos temos pedido que o governo se sente para negociar, mas não houve debate”, afirma.

Royo é o diretor-geral do Conselho de Diplomacia Pública da Catalunha, entidade criada pelo governo catalão para servir como uma espécie de Ministério das Relações Exteriores da região.

“Há uma resposta policial e repressiva. Detiveram oficiais, fecharam páginas na internet, foram contrários à liberdade de expressão”, afirma. “Me surpreende que peçam um debate.”

PERGUNTA – Haverá um plebiscito neste domingo?

ALBERT ROYO – Sim. Vamos fazê-lo. A pergunta é o que Madri está disposta a fazer. Se vão usar a força. A solução deste conflito político passa por meio das urnas.

P. – O governo central afirma que a solução era negociar, e não realizar um plebiscito.

A.R. – Há sete anos temos pedido que o governo se sente para negociar, mas não houve debate. Dizem que é ilegal, que não podemos perguntar à população. Há uma resposta policial. Detiveram oficiais, fecharam páginas na internet, foram contrários à liberdade de expressão. Me surpreende que peçam debate.

P. – De onde vem a necessidade de fazer este plebiscito?

A.R. – Depois de quatro décadas de ditadura, o grande acordo nacional era a recuperação da autonomia catalã. Esse acordo foi pelos ares em 2010 quando o Tribunal Constitucional esvaziou a autonomia. Quando tentamos aprovar leis o governo da Espanha recorre a esse tribunal.

P. – Quais leis?

A.R. – Por exemplo, a lei de proteção às famílias que não podem pagar a conta de luz. A lei que impunha impostos às centrais nucleares. A lei a favor da igualdade de gênero. A lei proibindo as touradas. Eram competência do Parlamento catalão, mas foram suspensas. O Estado dinamitou o consenso.

P. – Por que ser independente?

A.R. – A justificativa mais comum é a de que, com um Estado próprio, as pessoas viveriam melhor, com uma democracia mais saudável.

P. – Mas o que acontece com quem não quer se separar?

A.R. – Será necessária uma política de integração. Serão ouvidos no processo quando escrevermos a Constituição. (Folhapress)

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