05 de dezembro de 2025
TRANSIÇÃO NAS MATERNIDADES • atualizado em 23/08/2025 às 09:44

Mabel diz que pagou anestesistas, mas Fundahc nega repasse; OS já está na Nascer Cidadão

Paralisação por falta de pagamento resulta do impasse para quitar R$ 1,4 milhão; gestão será assumida pela AHBB e outras duas OSs até fim do mês
SMS já determinou acesso de funcionários da OS na Nascer Cidadão e nas demais maternidades - Foto: Fundahc
SMS já determinou acesso de funcionários da OS na Nascer Cidadão e nas demais maternidades - Foto: Fundahc

Na tarde desta sexta-feira (22), o prefeito Sandro Mabel (UB) disse que tinha repassado recursos para o pagamento dos anestesiologistas que trabalham na Maternidade Nascer Cidadão, a serviço da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc). Na quinta eles suspenderam as atividades por falta de pagamento.

Na manhã desta sexta, o secretário municipal de Saúde Luiz Pellizer já havia oficiado (veja o ofício) a fundação de que os contratados da Organização Social Sociedade Civil Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB) entrariam a partir desta data para trabalharem na maternidade. As duas equipes de funcionários deverão conviver durante a transição, que encerra dia 28.

No mesmo documento, as demais OSs que vão substituir a Fundahc na gestão das maternidades públicas da capital, também foram autorizadas a entrarem nas maternidades Dona Iris e Célia Câmara para acesso irrestrito.

Mabel disse que pagou; Fundahc afirma que não foi para ela

“Nós tomamos providência. Hoje nós começamos a pagar, para eles pagarem os anestesistas, para que possa se manter as operações lá na Nascer Cidadão”, garantiu o prefeito.

Mabel garante que atendimento não será afetado – Foto: DG

Entretanto, a Fundahc informou que não foi repassado nenhum valor a respeito do passivo pelos serviços dos anestesistas. Em nota enviada ao Diário de Goiás, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que articulou com a organização social que fará a gestão da Maternidade Nascer Cidadão o fornecimento dos serviços de anestesiologia a partir das 19h de desta sexta-feira (22).

A secretaria também afirmou que a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB) realizou o pagamento dos profissionais e passa a ofertar o serviço de anestesiologia na unidade, para o restabelecimento dos atendimentos de urgência e emergência. “As equipes da SMS e das organizações sociais que susbtituirão a Fundahc trabalham nas maternidades desde o início do processo de transição de gestão das unidades”, diz a nota.

Sem os anestesistas, a maternidade amanheceu com um aviso na porta informando que estavam suspensos partos normais, cesarianas e outros procedimentos, como curetagens.

A paralisação foi organizada pela Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest) que assina o contrato com a Fundahc. A cooperativa reclama uma dívida de R$ 1,4 milhão devidos pela prefeitura desde setembro de 2024.

A cobrança do atrasado foi feita diversas vezes e agora, quando falta uma semana para a suspensão do contrato entre a prefeitura e Fundahc, com a entrada da AHBB e outras duas organizações sociais no lugar, a situação fica mais tensa entre os envolvidos.

Guerra de versões

Mabel voltou a reclamar dos serviços prestados e do preço cobrado pela Fundahc, fatores que foram usados para justificar o rompimento antecipado do contrato para gerir também as maternidades Dona Iris e Célia Câmara.

Pela manhã, a fundação divulgou uma nota onde citava que a restrição dos serviços na Maternidade Nascer Cidadão era temporária e que a expectativa é de retomar os atendimentos ainda nesta sexta-feira (22).

Novamente a fundação responsabilizou a Prefeitura de Goiânia pela crise, destacando que não houve resposta às tratativas apresentadas em conjunto com a UFG sobre a dívida da administração municipal, estimada em R$ 158,5 milhões.

“Mesmo diante da urgência, não há planejamento claro para o novo modelo de gestão, em um cenário de atrasos financeiros e condições de trabalho comprometidas, o que gera insegurança entre os profissionais e impacta a estabilidade dos serviços”, afirmou em nota.

A fundação reforçou ainda que busca minimizar os prejuízos à população e garantir respeito aos colaboradores até o fim da transição.

Situação das gestantes

Nesta sexta, Mabel garantiu que a transição não trará transtornos e estimou que em 15 ou 20 dias a gestão das maternidades deve se encaixar no que espera a prefeitura.

Segundo ele, se houver alguma deficiência neste período, o atendimento às gestantes e parturientes será garantido em outras unidades estaduais e até de municípios vizinhos, como Senador Canedo e Trindade.

 Entre as unidades que foram citadas como opção, estão o Hospital Estadual da Mulher (Hemu), no Setor Oeste, e o Hospital das Clínicas da UFG, no Setor Universitário, ligado à Fundahc.


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