13 de novembro de 2024
Política

Mabel diz que Aidar fez acordo para receber cargo no TCE em troca de projetos para derrubar incentivos fiscais

Presidente da Fieg atacou CPI dos incentivos fiscais. (Foto: Altair Tavares)
Presidente da Fieg atacou CPI dos incentivos fiscais. (Foto: Altair Tavares)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Humberto Aidar (MDB), está trabalhando a serviço do governo para derrubar os incentivos fiscais no estado em troca de um cargo no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Mabel se refere a um dos projetos aprovados, de autoria do emedebista, nesta terça-feira (15), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, que revoga o artigo que concede incentivo fiscal e crédito outorgado para os setores sucroalcooleiros, têxtil, automobilístico e logística, instituídos em 1998.

“Foi a serviço do governo, a troca de um cargo no Tribunal de Contas do Estado. A conversa é essa, ouve-se em todos os corredores. Fez um acordo com o governador Caiado, vai ganhar uma aposentadoria de um conselheiro do Tribunal de Contas, enquanto isso vai complicar a vida de muitos coitados dos empregados que perderão seus empregos”, alegou Mabel.

A proposta ainda pode ser derrubada em plenário, mas o presidente da Fieg acredita que Caiado acionará a base para manter o corte dos benefícios. “O governo não quer. Ele (Humberto Aidar) está derrubando incentivado pelo governo. Isso não é do Humberto Aidar. Ele não tem capacidade técnica para fazer um projeto desse. Isso é o pessoal do Sindifisco, da Secretaria da Fazenda, que está no gabinete do Humberto Aidar, montando os projetos para ele”, disse.

Críticas

Áspero quando se trata da CPI, Mabel voltou a utilizar palavras fortes para opinar sobre a comissão. Conforme o presidente da Fieg, alguns parlamentares expõem loucuras e podem dar fim a até 70 mil empregos no estado.

“Eu nunca vi tanta loucura junta. Estou estarrecido com isso. Há 36 anos, trabalho continuamente para ajudar a trazer indústrias a Goiás. O primeiro Fomentar foi feito para a Arisco e depois guardado numa gaveta. Depois, tiramos da gaveta e trouxemos muitas empresas. Goiás criou a fama de um lugar bom para fazer negócios, que tem segurança jurídica, que o incentivo era bom. Por isso, Goiás foi crescendo ao ponto de trazermos para cá, sem nenhuma vocação, indústrias automobilísticas e farmacêuticas. Foram dezenas de milhares de pessoas empregadas através da indústria. Agora há uma CPI que está destruindo isso tudo. É sangrando que vejo essas atrocidades que estão sendo feitas. A Assembleia Legislativa, através do Humberto Aidar, vai colocar talvez 70 mil pessoas na rua”, advertiu.

O presidente da Fieg argumentou que já há redução no número de protocolos de intenção de instalação de novas indústrias em Goiás sob o governo de Caiado. Mabel diz que o atual governo assinou apenas 25% do que foi fechado nos primeiros seis meses de mandato do José Eliton. Ele ainda criticou a falta de diálogo do governador com o setor.

“Já conversamos, mas ultimamente não há mais diálogo. Não existe diálogo. O governador está querendo ser gerente financeiro, olhando as dívidas de curto prazo. Não vai se criar emprego em Goiás. Essa medida que está se tomando não é de curto prazo. Não é que amanha se acabam os empregos. É uma medida que vai ser ampliada. Nossa secretaria de Economia é excelente economista, mas está num desvio de função quando a colocam numa secretaria de receita”, pontuou.

Resposta

À reportagem da Rádio BandNews FM de Goiânia, Aidar garantiu que a investigação continuará, independente das reclamações de Mabel ou de quaisquer outros presidentes de entidade ou empresários. De acordo com o parlamentar, há uma estratégia montada para dar fim à CPI.

“Vou até o final, incomodando ou não. Não adianta presidente de entidade, setor daqui ou acolá. Candidate-se a deputado e venha para cá. Nada vai tirar o meu foco. Posso ser fraco aos olhos deles. A estratégia é simples: eu ataco o deputado Humberto Aidar, com isso eu amedronto os demais deputados da casa e certamente eles não chancelarão as leis apresentadas pelo deputado Humberto. A CPI vai até o final, doa a quem doer”, asseverou.


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