22 de dezembro de 2025
Mobilidade urbana • atualizado em 22/12/2025 às 19:52

Mabel critica “falta de diálogo” em projeto sobre transporte coletivo de Goiânia aprovado pela Alego

Prefeito de Goiânia diz que mudança na gestão do transporte coletivo foi aprovada sem consulta aos municípios e pode gerar insegurança institucional
Sandro Mabel afirma que a Prefeitura de Goiânia investe cerca de R$ 500 milhões por ano no transporte público. Foto: Diário de Goiás.
Sandro Mabel afirma que a Prefeitura de Goiânia investe cerca de R$ 500 milhões por ano no transporte público. Foto: Diário de Goiás.

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, manifestou preocupação nesta segunda-feira (22) com o projeto de lei aprovado em regime de urgência pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que altera a gestão compartilhada do transporte coletivo da Região Metropolitana da capital. Segundo ele, a proposta do Governo de Goiás foi aprovada sem consulta prévia aos prefeitos dos municípios diretamente impactados pela mudança.

De acordo com Sandro Mabel, o texto transfere ao Estado o controle do sistema de transporte coletivo, reduzindo a participação das prefeituras, mesmo sendo elas responsáveis por parcela significativa do custeio. Apenas a Prefeitura de Goiânia, segundo o prefeito, investe cerca de R$ 500 milhões por ano para manter o funcionamento do transporte público.

“O projeto altera a governança do sistema sem ouvir quem financia mais da metade da operação. Isso gera desequilíbrio e insegurança institucional”, afirmou o prefeito, ao destacar que a gestão compartilhada sempre foi construída com base no diálogo entre Estado e municípios.

Reunião com o governador

Ainda nesta segunda-feira, Sandro Mabel se reuniu com o governador Ronaldo Caiado, que, segundo o prefeito, se comprometeu a convocar os gestores municipais da Região Metropolitana de Goiânia para discutir pontos do projeto antes da sanção da lei.

O prefeito ressaltou que defende o diálogo como caminho prioritário, mas alertou para os riscos da aprovação do texto sem ajustes. Para ele, a proposta representa um retrocesso no modelo de governança compartilhada e pode comprometer a estabilidade do sistema de transporte coletivo.

Possível judicialização

Caso não haja mudanças no projeto, a Prefeitura de Goiânia avalia recorrer ao Judiciário para questionar a constitucionalidade da lei. Apesar disso, Sandro Mabel reforçou que a intenção inicial é construir uma solução consensual, que respeite a participação dos municípios e garanta segurança jurídica ao sistema.

“A prioridade é o entendimento. Mas, se for necessário, vamos defender o interesse da população de Goiânia e dos demais municípios”, concluiu o prefeito.


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