05 de dezembro de 2025
Fundahc • atualizado em 09/08/2025 às 11:31

Mabel contesta UFG e diz que vai apurar valor cobrado: “a dívida não é de R$158 mi”

O valor da dívida foi anunciado após a Prefeitura de Goiânia rescindir os convênios de gestão das maternidades Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (9), o editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, questionou o prefeito Sandro Mabel (UB), a respeito do valor da dívida cobrada pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) da Universidade Federal de Goiás (UFG) à Prefeitura de Goiânia, após rescisão de convênios.

O gestor afirmou que irá apurar tal valor e arcar somente com as dívidas da atual gestão. “A dívida não é de R$158 milhões. Eles querem cobrar na base de R$20 milhões, o para trás também, que deixaram aí, o Rogério (Cruz) sem pagar acho que dez meses, e agora quer cobrar de mim, tudo de uma vez”, disparou.

Segundo Mabel, a cobrança deve ser feita em cima do valor acordado com a administração vigente. “O valor que eles recebiam era de R$ 20 milhões. Eu baixei para R$12 milhões, que são pagos religiosamente”, ponderou.

“Acabou o tempo das vacas gordas. Eu não posso gastar R$ 8 milhões a mais por mês. São R$ 100 milhões por ano gasto a mais e o serviço não está adequado”, acrescentou o prefeito, com a afirmativa de que a instituição não tem expertise para administrar as maternidades da capital.

Ele aponta a necessidade da transição e reforça tratar-se de uma situação irreversível. “Não tem mais reversão. Isso é para o bem da saúde do município. A UFG não tem condições de organização, de expertise para tocar essas maternidades. Então, com o mesmo preço, nós vamos pegar gente que toca 20, 30, 40 maternidades. Vamos ver quem funciona e quem não funciona”, sublinhou Mabel.

Entenda

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) contestou oficialmente, na última quinta-feira (7), a decisão unilateral da Prefeitura de Goiânia de rescindir os convênios de gestão das maternidades municipais Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão.

Em documento enviado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no dia 29 de julho, obtido pelo jornal O Popular, a instituição classificou a medida como “arbitrária” e responsabilizou o próprio município por falhas na prestação de serviços.

Segundo a Fundahc, as alegadas irregularidades citadas pela SMS como descumprimento de metas assistenciais, falhas de gestão e uso indevido de recursos são, na verdade, reflexo da falta de repasses financeiros por parte da Prefeitura. A instituição cobra uma dívida de R$ 158,5 milhões, acumulada entre 2018 e junho de 2025, sendo que grande parte teria se concentrado durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).

Substituição

Segundo Sandro Mabel, foram selecionadas três organizações sociais que atenderam a chamamento público, no qual 25 OSs manifestaram interesse. A SMS fará a contratação emergencial das selecionadas para administrar as unidades até que o processo de chamamento público para a gestão definitiva das maternidades seja concluído.


Leia mais sobre: / / / Cidades