17 de dezembro de 2024
Pente-fino

Mabel anuncia corte de comissionados, redução de gerências e revisão de aposentados na Comurg

O prefeito eleito relatou uma série de medidas que serão implementadas de modo a reduzir os custos e promover melhorias na limpeza urbana e infraestrutura da capital
Sandro Mabel detalhou o planejamento que pretende implementar na Comurg e em Goiânia. Foto: Luiz Fernando
Sandro Mabel detalhou o planejamento que pretende implementar na Comurg e em Goiânia. Foto: Luiz Fernando

O prefeito eleito Sandro Mabel (UB) anunciou que vai promover um pente-fino na Comurg (Companhia de Urbanização de Goiânia), de modo a reduzir os custos com a empresa e utilizar as verbas para financiamento de outros projetos de infraestrutura. Durante entrevista coletiva, nesta terça-feira (17), Mabel afirmou que vai cortar cargos comissionados, reduzir gerências e revisar os aposentados que continuam trabalhando na companhia.

Mabel apresentou os custos totais gastos atualmente com os serviços prestados pela Comurg e pela empresa terceirizada responsável pela coleta de lixo na capital, a Consórcio Limpa Gyn. “Entre a Comurg e a Limpa Gyn, nós estamos gastando R$ 1.2 bilhão por ano, R$ 100 milhões por mês. Isso tem que custar no máximo R$ 400 milhões por mês. Então, nós estamos jogando no lixo, literalmente, R$ 800 milhões”, detalhou o prefeito eleito.

Sandro afirmou que é preciso trazer a Comurg “para o tamanho que ela tem que ser”. A medida estabelece cortes internos de planejamentos que estão sendo feitos, de acordo com ele, desde o processo de campanha eleitoral.

Segundo Mabel, os relatórios apontaram que há na Comurg, atualmente, servidores com salários exorbitantes, gerências mal estruturadas e aposentados que continuam recebendo, sem atuar devidamente. “Eu não contei exatamente, mas deve ter umas 200 gerências. Nós temos quase 200 pessoas que ganham acima de R$ 20 mil”, exemplificou.

Prometeu, ainda, que vai mudar as atuais diretrizes e colocar a companhia em conformidade. “Nós temos 1.200 aposentados, que continuam trabalhando com o salário que tinham, só que não trabalham mais. Aposentados, recebem aposentadoria e recebem um salário que não é a mesma função que estava contratado, da mesma forma. Tem uma lei federal que diz que a pessoa não pode aposentar e continuar trabalhando naquela companhia. É a lei. Ela está sendo infringida desde 2019, então tem que mudar isso também”, afirmou Mabel.

O prefeito eleito destacou que sua intenção é colocar Goiânia e a Comurg nos eixos. “Eu pretendo economizar R$ 800 milhões por ano. Porque a partir de 2026 nós vamos fazer, por ano, R$1 bilhão em obras. Eu não vim para pagar folha de pagamento“, reiterou.

Gerenciamento da Limpa Gyn

Mabel fez questão de ressaltar que está de olho no trabalho realizado pela empresa responsável pela limpeza urbana da capital. “Eu fui na Limpa Gyn semana passada. Eles têm dificuldade com mão de obra, têm dificuldade com uma série de coisas. Já falei para o Dr. Francisco (futuro titular da Seinfra), que é quem olha essa Limpa Gyn, que eu quero que pegue a agência de regulação que nós temos, coloque em cima, vamos colocar junto para olhar essa história de limpeza urbana”, observou.

De acordo com o prefeito eleito, haverá uma regulação da prefeitura em relação às rotas de coleta e dos trabalhos realizados pela prestadora de serviços. “Agora precisa passar (caminhão de coleta de lixo), porque está passando em 50%, 60% de determinadas rotas. Outros passam 95%, 100%. Mas alguns passam 50%, 60%. É por isso que fica lixo no meio da rua. Então, esse tipo de coisa não vai acontecer”, prometeu Mabel.

Promessas de gestão

O futuro prefeito lembrou que caberá a Secretaria de Eficiência, antiga Secretaria de Gestão, tomar conta das despesas do município e trabalhar para que as verbas sejam utilizadas de maneira mais rentável e proveitosa. “É essa secretaria que vai tomar conta. Ela vai tomar conta e vai fazer aquilo render para que nós possamos diminuir as despesas ali de dentro e aumentar as receitas significativamente”, disse.

Como exemplo, citou os resultados de sua gestão à frente da FIEG (Federação das Indústrias do Estado de Goiás). “Como eu fiz na Federação das Indústrias, que só tinha 10 milhões por ano de investimento e passou a ter 200 milhões. Não é que choveu dinheiro do céu na hora, nós fomos adequando, cortando, melhorando o rendimento. A nossa Secretaria de Eficiência vai fazer exatamente isso. Esse dinheiro que vai sendo acumulado para nós termos pelo menos R$ 1 bilhão por ano”, exemplificou.

O futuro presidente da Comurg, Coronel Cleber Aparecido dos Santos, corroborou com os planos do prefeito eleito e confirmou que as novas medidas serão implementadas com um olhar de gerenciamento empresarial. “A missão que o prefeito Sandro me deu quando me chamou é de recuperar a empresa, e a gente recupera uma empresa implementando gestão. Existe uma cartilha de boas práticas empresariais que passa por planejamento estratégico, governança, cuidar de gente, de pessoas e foca no cliente, que é o cidadão de Goiânia. É isso que nós vamos fazer lá de fato”, pontuou.


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