07 de agosto de 2024
Eleições 2022

Lula X Bolsonaro: destaques, mentiras, verdades, quem estava presente e quem “venceu” o debate

Primeiro debate do segundo turno das eleições, promovido por Folha, UOL, TV Band e TV Cultura, aconteceu neste domingo (16)
Lula e Bolsonaro protagonizaram transmissão pelo YouTube, anunciada como maior live jornalística já vista no Brasil. (Foto: reprodução/internet)
Lula e Bolsonaro protagonizaram transmissão pelo YouTube, anunciada como maior live jornalística já vista no Brasil. (Foto: reprodução/internet)

O grande momento chegou e, finalmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) “duelaram” no primeiro debate do segundo turno das eleições, promovido por Folha, UOL, TV Band e TV Cultura, neste domingo (16). Com a transmissão feita pelo YouTube e anunciada como maior live jornalística já vista no Brasil, ambos os políticos discutiram e trocaram, durante maior parte das quase três horas do evento, acusações sobre informações falsas.

Enquanto Bolsonaro usava a mesma estratégia de vincular Lula à corrupção, o petista também usou dados para atacar o rival, atribuindo a isso sua “incompetência e má gestão” na pandemia de Covid-19 e na economia, mas trazendo novos recursos. Debate, no entanto, foi classificado como “moderado”, com ambos candidatos controlando o tom de voz, evitando agressividade em gestos ou falas, e se movimentando com cautela.

Um momento, porém, que chamou a atenção dos telespectadores, foi quando Bolsonaro, ao falar sobre a Petrobras, tocou no ombro de Lula. O ex-presidente desviou, porém, andou para trás e refutou gesto, aguardando o adversário terminar de discorrer as acusações. Na fala, o presidente acusou o petista de ter feito um endividamento de R$ 900 bilhões em sua gestão e de ter entregue para o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, duas refinarias brasileiras. O que foi desmentido por Lula.

Outro momento curioso, foi um trecho em que Lula mostra um papel a Bolsonaro e pergunta, rindo: “Esse aqui é você?”. Nas internet, vídeo que já alcançou milhares de pessoas, os usuários se mostraram curiosos sobre o que estaria no papel. Em uma reportagem do portal UOL sobre o assunto, o veículo descobriu que papel nas mãos do petista, se trata de uma matéria do portal G1 sobre Bolsonaro já ter citado a pílula do aborto como solução para controle da natalidade, durante discurso em 1992.

Sobre a discussão em geral, ambos os candidatos trouxeram informações falsas, verdadeiras, imprecisas e incompletas. Lula, por exemplo, repetiu a informação em que afirma ter feito 18 universidades novas, com 178 campi, além de ter criado o Prouni. Disto, é verdade que durante as gestões petistas de 2003 a 2016, com os ex-presidentes Lula e Dilma, foram criadas 18 universidades federais, mas o número de campi universitários foi de 173. Sobre a criação do Programa Universidade para Todos (ProUni), Lula sancionou a lei do programa que assegura bolsas de estudo do ensino superior aos alunos..

Já em outro momento, Bolsonaro chegou a dizer que não existia vacina contra Covid-19 à venda em 2020, o que é falso. Isso por que, em depoimento à CPI da Pandemia, o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo disse que as negociações com o governo brasileiro começaram em maio de 2020, com ofertas de 30 e 70 milhões de doses a partir de agosto do mesmo ano. Mas foi apenas em março de 2021 que o primeiro contrato para a entrega de 100 milhões de doses foi assinado no Brasil.

Convidados apoiadores

Entre os apoiadores de Lula, estavam os deputados federais eleitos em São Paulo, Marina Silva (Rede), Alencar Santana (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), o candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin, Aloizio Mercadante e o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas. Do outro lado, entre os bolsonaristas, estavam o advogado da família Bolsonaro, Frederik Wasseff, os deputados estaduais Gil Diniz (PL-SP) e Tomé Abduch (Republicanos-SP), Carlos Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e ex-desafeto, o ex-juiz Sergio Moro.

Quem “venceu”?

A AtlasIntel, instituto que coleta os questionários respondidos por usuários de internet durante uma navegação padrão, reuniu 100 eleitores que não votaram em Lula ou Bolsonaro para responder quem teria vencido o debate. A maioria (54%) considerou Lula como vencedor do debate e 32% acreditaram que Bolsonaro ganhou. 14% não souberam responder.

O estudo ainda se baseou na opinião de 9 grupos focais, mas a amostra não é representativa, ou seja, não se tratam de estimativas sobre a opinião da população. O objetivo deste tipo de estudo é avaliar tendências e informar análises. Análises subjetivas e baseadas apenas na opinião do analista tendem a ser enviesadas, especialmente quando o analista votou num dos dois candidatos no 1º turno.

Os participantes foram divididos em 9 grupos focais de acordo com os estados onde residem: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Além dos dados e pesquisa divulgados pela AtlasIntel, no Twitter, Lula aparece – até as 4 horas da manhã, horário de Brasília – com 1,97 milhão de menções e, Bolsonaro, com 1,32 milhão. Números, porém, podem se referir a menções positivas, ou negativas.


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