14 de novembro de 2024
Conciliação • atualizado em 31/01/2023 às 07:41

Lula quer mediar paz entre Rússia e Ucrânia; saiba qual foi a ideia do presidente

Chefe do Executivo Federal quer criar um grupo de países para ajudar; entenda
Lula sugeriu a participação de países como a Índia, a Indonésia e, principalmente, a China nesse processo. (Foto: reprodução/Flickr)
Lula sugeriu a participação de países como a Índia, a Indonésia e, principalmente, a China nesse processo. (Foto: reprodução/Flickr)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (30), que pretende criar um grupo de países que se envolva em uma mediação para pôr fim à guerra entre a Rússia e Ucrânia. A declaração foi dada após encontro bilateral com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto.

“A minha sugestão é que se crie um grupo de países que tentem sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia para encontrar uma solução de paz. E o Brasil vai se esforçar. Já falei com o [presidente francês, Emannuel] Macron, com o [chanceler da Alemanha, Olaf] Scholz, vou falar com o presidente [americano, Joe] Biden. Depois, vamos procurar outros presidentes para conversar sobre a ideia de criar esse grupo”, disse o presidente.

Lula citou a participação de países como a Índia, a Indonésia e, principalmente, a China nesse processo. “Nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Está na hora da China colocar a mão na massa”, continuou. Lula também comparou com o esforço empregado para debelar a crise econômica em 2008, quando foi criado o G20.  

“Temos que criar outro organismo, da mesma forma que criamos o G20, quando aconteceu a crise econômica em 2008, queremos propor um G20 para por fim ao conflito Rússia e Ucrânia”. Lula garantiu que vai levar a ideia ao presidente americano, Joe Biden, em visita aos Estados Unidos em fevereiro, e ao presidente chinês, Xi Jinping, em março, quando for visitar a China.

Do lado alemão, Olaf Scholz falou que a guerra é uma violação do direito internacional e voltou a condenar a Rússia. “Essa guerra não é uma questão europeia, mas uma questão que diz respeito a todos nós. É uma violação flagrante do direitos internacionais e da ordem internacional que acordamos em conjunto. Ninguém pode mexer em fronteiras de forma violenta, isso são tradições que pertencem ao passado”.

Durante o encontro bilateral, Lula falou sobre a proposta de criar um grupo de países formado por Brasil, Alemanha, Japão e Índia para reivindicar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Ele criticou a atual arquitetura de governança geopolítica. 

“O que a gente quer é dizer em alto e bom som que as Nações Unidas, hoje, não é mais a geopolítica de 1945, quando ela foi criada. Queremos que o Conselho de Segurança da ONU tenha força, tenha mais representatividade, que possa falar mais uma linguagem que o mundo tá precisando Quando a ONU estiver forte, vamos evitar possíveis guerras que acontecem”.

Armamentos – Russia e Ucrânia

O presidente brasileiro confirmou ter vetado o envio de munições de tanques de guerra à Ucrânia por não concordar com o conflito do país com a Rússia. O pedido foi feito na semana passada pelo próprio governo alemão, que, por sua vez, tem ajudado diretamente a Ucrânnia com envio de armamentos.

“O Brasil não tem interesse em passar as munições, para que elas não sejam utilizadas para a guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz, o último contencioso nosso foi na guerra do Paraguai. O Brasil não quer ter participação, mesmo que indireta”.

Com informações da Agência Brasil


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