22 de dezembro de 2024
Relação institucional • atualizado em 15/06/2023 às 12:25

Lula prega respeito a Caiado e reforça importância de Goiás no Brasil, “sobretudo para agricultura”

Presidente também comentou sobre relação com o agronegócio, ao falar sobre inauguração da Ferrovia Norte-Sul, em Rio Verde

Às vésperas de voltar a Goiás, pela primeira vez desde que foi eleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou respeito ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e disse nesta quinta-feira (15/06), que ao dialogar com o gestor estadual, não vê coloração partidária. Em entrevista a um pool de rádios goianos, o petista reforçou a importância do estado goiano para o Brasil, “sobretudo na agricultura” e prometeu tratamento igualitário a “São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão e Bahia”. 

A entrevista foi concedida a um pool de rádios goianas Sucesso, Interativa, Morada do Sol e Líder FM. As duas primeiras da capital e as últimas de Rio Verde, onde Lula irá cumprir agenda nesta sexta-feira (16). A prática de conversar com emissoras regionais, inclusive, era comum nas primeiras gestões do petista. 

Ao mencionar que estaria mais vezes em Goiás, Lula ainda destacou que irá tratar Caiado como se fosse uma pessoa próxima. “Eu vou muitas vezes a Goiás e já fui muitas vezes a Goiás e vou tratar o governador Caiado como se fosse a pessoa mais próxima de mim possível porque o que me interessa é o respeito pelo voto que ele recebeu e vou tratá-lo com muita dignidade” e reforçou a importância do estado na economia do Brasil.

Goiás é um estado muito importante no trânsito dos produtos deste país, sobretudo para agricultura e nós vamos fazer de tudo para ajudá-lo, pode ter certeza. 

Lula ainda destacou a importância de manter boa relação com Caiado, mesmo com o governador goiano podendo ser um potêncial adversário político em 2026 e sempre, tem tido sido opositor às gestões petistas. “Quando um presidente da República mantém uma relação com o Governo do Estado é uma relação entre entes federados. É uma relação institucional. Eu não tenho nenhuma preocupação porque o Caiado é de um partido político adversário do meu”, pontuou.

O que importa para mim é que o Caiado foi eleito governador do estado de Goiás. O que importa para mim é que ele foi eleito pelo povo. Eu vou tratá-lo com o respeito que eu tratarei qualquer outro governador e o estado de Goiás receberá os recursos de acordo com os projetos apresentados pelo Governo de Goiás.

Convite para Sarney acompanhar a inauguração

Na entrevista, Lula revelou que pretende levar o ex-presidente José Sarney (MDB) para o acompanhar na inauguração da Ferrovia Norte-Sul. “Pretendo levar o presidente Sarney porque foi ele que em 1987 começou essa ferrovia lá no Maranhão. Demorou 30 anos para ser feita e ela está pronta e estarei muito feliz amanhã”, destacou. 

Questionado sobre o porquê da obra ter demorado quase 40 anos para ser entregue, Lula tentou explicar que a maior parte dela foi construída nas gestões petistas e jogou a culpa em “empecilhos” com relação a licitação e licenciamento. “Ela demorou porque tem muitos empecilhos para fazer uma ferrovia dessa magnitude, com a questão do licenciamento e das licitações. Quero dizer que no meu governo e na Dilma fizemos 90% dessa ferrovia. 5% foram feitas pelo presidente Sarney e Fernando Henrique Cardoso e o presidente Temer e outros 5% pela empresa que hoje é concessionária”, destacou. Se dependesse de Lula e Dilma essa rodovia já teria sido inaugurada há muito tempo atrás. 

Ele ainda destacou que agora é hora de comemorar. “Eu penso que ao invés de reclamar porque demorou tanto, eu trabalhei muito e já fui muitas vezes a ferrovia para fazer trechos e inaugurar trechos e estou feliz de estar de volta a presidência da República e exatamente no meu mandato a gente vai inaugurar a ferrovia Norte-Sul que começou em 1987”, pontuou.

Lula comenta sobre relação com agronegócio

O petista ainda comentou sobre sua relação com o agronegócio, um dos setores que mais fomentam a economia do Brasil e ao mesmo tempo demonstra robusta insatisfação com sua gestão. Rio Verde, terra onde Lula visitará, reune inúmeros produtores rurais que demonstraram durante as eleições de outubro, apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Com relação ao agronegócio, eu não trabalho tentando agradar um setor ou outro setor porque senão você fica maluco”, comentou. “Eu trabalho para criar condições melhores para o trabalho de 215 milhões de brasileiros, dentre eles o agronegócio”, introduziu sua fala. 

Lula destacou que sempre deu boas condições para o setor se desenvolver e o problema deles com ele, não é a economia, tampouco crédito. “Se você conhecer uma pessoa do agronegócio, alguém muito reacionário, que é contra o Lula e o PT, em Rio Verde pergunte a ela se teve algum momento na vida dela, pergunte a ele e peça números, se houve algum momento que o agronegócio recebeu tantos recursos como no governo do PT. Pergunte a eles quanto pagavam a máquina dessas colheitadeiras toda automatizada no Governo do PT. Eles pagavam 2% de juros ao ano. Hoje eles pagam quase 14% de juros ao ano”, destacou.

“Eu tenho noção do que nós fizemos e noção do que o problema deles conosco é ideológico, não é um problema de dinheiro a mais no Plano Safra. Vamos fazer um bom plano Safra porque queremos que a agricultura brasileira continue produzindo, plantando cada vez mais para continuar exportando cada vez mais. Não quero saber se o produtor rural gosta de mim ou não, o que tá em jogo é a gente recuperar a capacidade produtiva e aumentá-la, sem desmatamento e sem queimada na Amazonia”, complementou sua fala na entrevista que durou quarenta minutos.


Leia mais sobre: Política