O pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dirigido às comemorações do 7 de Setembro, na noite de sábado (6), teve frases de impacto afirmando que o Brasil não será novamente “colônia de ninguém”. Sem nominar os Estados Unidos e a família Bolsonaro, ele afirmou que o país não aceitará ordens de “quem quer que seja”, citando articulações de quem chamou de “traidores da Pátria”. (Assista ao final)
Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro – Lula
O contexto de pressão internacional, presente no Dia da Independência, direcionou o pronunciamento em cadeia de rádio e Tv. Desde que o presidente Donald Trump impôs tarifas de até 50% a produtos brasileiros, o país trava uma batalha comercial com os Estados Unidos.
Em tom de interferência inédita, de cunho assumidamente político, ao anunciar as tarifas Trump fez críticas ao governo brasileiro e ao ministro Alexandre de Moraes pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) onde ele responde por tentativa de golpe de Estado. Além disso, o presidente dos EUA também mencionou a regulação das big techs como fator que o desagradava.
Recado de Lula aos Bolsonaro no 7 de Setembro
Durante o pronunciamento presidencial, Lula deu um recado à família Bolsonaro, chamando de “traidores” políticos aqueles que estimulam ataques ao próprio País.
É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A História não os perdoará – Lula
O presidente defendeu a independência entre os Poderes e disse que o país cumpre a Constituição Federal. “Isso significa que o presidente do Brasil não pode interferir nas decisões da justiça brasileira, ao contrário do que querem impor ao nosso país”, citou ainda
Lula também falou a favor da regulação da redes, usada por Trump como argumento para impor tarifas ao Brasil. O presidente destacou que elas não acima da lei.
“Reconhecemos a importância das redes digitais. Elas oferecem informação, conhecimento, trabalho e diversão para milhões de brasileiros, mas não estão acima da lei. As redes digitais não podem continuar sendo usadas para espalhar fake news e discurso de ódio. Não podem dar espaço à prática de crimes como golpes financeiros, exploração sexual de crianças e adolescentes e incentivo ao racismo e à violência contra as mulheres”, disse.
Sem resposta
No pronunciamento o presidente destacou que o Brasil, tradicionalmente, defende o livre comércio, a paz e a harmonia entre as nações. A fala vem no contrapeso do momento de retaliações desencadeadas pelos EUA com fundamento ideológico e político, o que vem causando fortes reações do governo Lula.
Na sexta-feira (5), Lula tinha afirmado que acredita que a relação entre Brasil e EUA voltará à normalidade. Por outro lado, ele repetiu que, no momento, autoridades brasileiras não têm conseguido estabelecer diálogo com os EUA nas tentativas realizadas.
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