21 de dezembro de 2024
Mais um golpe

Lula não ter vindo a Goiás nesta sexta (16) teria sido por motivo político; entenda

É provável que Lula tenha precisado voltar ao Alvorada para assuntos relacionados a mais uma tentativa de golpe de Estado descoberta
Assessoria do presidente afirmou ontem que o mau tempo impediria a viagem de Lula até Rio Verde. (Foto: Ricardo Stuckert)
Assessoria do presidente afirmou ontem que o mau tempo impediria a viagem de Lula até Rio Verde. (Foto: Ricardo Stuckert)

Bastidores do governo federal teriam dito que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Rio Verde nesta sexta-feira (16) teria sido cancelada por outro motivo do que o que foi justificado, que era o mau tempo. O petista, na verdade, teria ficado extremamente irritado com o plano golpista revelado pela Veja, neste mesmo dia, e que envolvia, novamente, militares.

Como informado ontem, dia da inauguração de um terminal da empresa Rumo, concessionária da Ferrovia Norte-Sul, o helicóptero que iria transportar Lula, nem teria chegado a sair de Brasília por conta das condições do tempo, que estão ruins em grande parte do Brasil. Porém, a verdade é que a presença do presidente teria solicitada no Alvorada para que fosse discutida essa questão envolvendo mais um militar do alto-comando envolvido em tramas golpistas.

A movimentação toda, incomum para uma sexta-feira, foi por conta da reportagem da Revista Veja que revelou o conteúdo do celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que inclusive já trabalhou em Goiás. Um dos diálogos entre Cid revela a participação e o desespero do então subchefe do Estado Maior do Exército, o coronel Jean Laward Junior, em tentar golpe diante da derrota de Bolsonaro nas urnas.

O coronel Jean Laward Junior, que enviou mensagens ao tenente-coronel Mauro Cid pedindo que ele convencesse Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de estado, é um militar de carreira que tem uma relação de amizade com o ex-presidente e foi indicado pelo governo Lula para assumir um cargo de representação militar nos Estados Unidos.

Por isso, Lula teria ficado irritado e, tendo que lidar com tais informações, precisou cancelar a agenda em Goiás. É claro que o tempo chuvoso pode ter sido o motivo principal ou determinante, mas, nos bastidores, essa revelação da revista Veja motivou o presidente a cancelar de ver sua presença em Rio Verde. Por conta disso, evento foi até cancelado e será remarcado.

Ainda não ficou claro se Lula foi solicitado por José Múcio, Ministro da Defesa, ou Thomas Paiva, comandante do exército. Em Brasília, é esperado que o coronel Jean seja mandado para a reserva e até mesmo afastado de suas funções ainda no final de semana.

Enquanto isso, a próxima visita de Lula em Goiás, estado não visitado por Lula desde sua posse, está marcada para julho, quando o presidente vem à capital Goiânia. O senador Jorge Kajuru (PSB) confirmou que o petista tem um encontro com 200 empresários da indústria, comércio e agronegócio. Encontro está agendado para dia 28 de julho, às 10h, no Hotel K. Em seguida, Lula terá reunião com o governador Ronaldo Caiado (UB).


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