O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Curitiba na noite desta terça-feira (12) para prestar seu segundo depoimento ao juiz Sergio Moro.
Lula chegou de carro, acompanhado de dois assessores, e passou a noite na casa de um amigo, onde se concentra para a audiência.
Ele irá depor a partir das 14h, na sede da Justiça Federal do Paraná.
O interrogatório, parte do processo penal, é o momento em que os réus podem se defender pessoalmente da denúncia. Além de Lula, também será interrogado nesta quarta (13) Branislav Kontic, ex-assessor de Antonio Palocci.
A sede da Justiça Federal será protegida por um esquema de segurança -mas menor do que no primeiro depoimento do petista.
Até as 8h, a polícia não havia nem acionado o perímetro de segurança, que irá bloquear algumas ruas para acesso ao prédio. A movimentação era tranquila e sem aglomeração de manifestantes.
É a segunda vez que o ex-presidente depõe ao magistrado, que conduz os processos da Operação Lava Jato em Curitiba -a primeira foi em maio, quando um forte esquema de segurança impediu o acesso ao prédio da Justiça Federal e evitou confrontos entre manifestantes pró e contra Lula.
Nesta ação, o ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro devido a supostas relações ilícitas com a empreiteira Odebrecht. A empresa diz que pagou por um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, com dinheiro oriundo de um “caixa de propinas” do PT.
Na semana passada, em depoimento a Moro, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que Lula avalizou um “pacto de sangue” com a Odebrecht, com o pagamento de R$ 300 milhões em vantagens indevidas em troca de manter o protagonismo da empreiteira no governo. O terreno ao instituto estaria incluído nesse valor.
No depoimento desta quarta (13), Lula deve rebater o depoimento de Palocci e as acusações contra si. Dirigentes petistas pretendem usar o ato para reforçar a mensagem de que haveria uma guerra jurídica contra o ex-presidente.
O petista deve chegar à sede da Justiça, mais uma vez, acompanhado de militantes e dirigentes do partido, além dos advogados.
Lula já foi denunciado nove vezes desde que deixou o mandato -a última vez, nesta segunda (11), na Justiça Federal em Brasília, acusado de aceitar promessa para receber recursos ilegais quando presidente.
Ele é réu em seis ações, e foi condenado por Moro em uma delas, a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro na compra e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá.
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