Após precisar cancelar ida à Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula de líderes do Brics devido a uma queda no banheiro da residência oficial no Palácio da Alvorada no sábado (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a oportunidade de discursar por videoconferência na Sessão Plenária Aberta da reunião, nesta quarta-feira (23). Na ocasião, o presidente ressaltou a força do Brics no combate às mudanças climáticas e destacou seu papel na economia global.
Segundo Lula, o Brics é ator incontornável no enfrentamento da mudança do clima. “Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos 100 bilhões (de dólares) anuais prometidos e não cumpridos, e fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, disse Lula reforçando:
Também cabe aos países emergentes fazer sua parte para limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio.
Seis anos após a última gestão à frente do BRICS, o Brasil voltará a comandar o grupo a partir de 1º de janeiro do próximo ano. De acordo com Lula, na presidência brasileira será reafirmada a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países. O lema da presidência brasileira será “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.
Ao destacar a importância do BRICS para a economia mundial, Lula alertou que é preciso que “a voz dos governos prepondere sobre interesses privados” e disse que é preciso fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes:
Não podemos aceitar a imposição de ‘apartheids’ no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento da Inteligência Artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos. Precisamos fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes, em que a voz dos governos prepondere sobre interesses privados.
Em Kazan, o BRICS realiza sua primeira cúpula de líderes com a participação dos quatro novos membros que ingressaram este ano: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. Até o ano passado, o bloco era formado apenas por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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