23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 30/12/2023 às 17:37

Lula é chamado de genocida por mortes por dengue e fake news sobre vacina; entenda

Tudo começou com fake news sobre Lula ter recusado compra de vacina contra a dengue neste ano
Brasil registrou recorde de mortes por dengue em 2023, foram 1.079 até quinta-feira (28). (Foto: reprodução)
Brasil registrou recorde de mortes por dengue em 2023, foram 1.079 até quinta-feira (28). (Foto: reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi chamado de genocida por milhares de internautas bolsonaristas nesta semana. O assunto chegou a ficar entre os mais comentados do X entre esta sexta-feira (29) e sábado (30) e envolvia as mortes por dengue no país e uma fake news de que o petista teria recusado a compra de vacina contra a doença neste ano.

Uma informação correta é que sim, o Brasil registrou recorde de mortes por dengue em 2023, foram 1.079 até quarta-feira (27). Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), anteriormente o maior número de óbitos tinha sido em 2022, quando chegou a 1.053 registros. Em seguida, vem o ano de 2015, com 986 mortes.

A notícia sobre as vacinas recusadas, no entanto, se trata de uma fake news. De acordo com a AFP, de checagem de informações, Lula não se recusou a comprar a vacina contra a dengue em 2023. A alegação começou a circular após o imunizante ser disponibilizado somente para a rede particular em julho, quando o Ministério da Saúde aguardava o envio da documentação da fabricante Takeda para análise. Após a aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec), a vacina QDenga foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023.

O Ministério da Saúde informou que, no Brasil, a vacina será aplicada em indivíduos de 4 a 60 anos e em esquema de vacinação de duas doses no intervalo de três meses. Devido à quantidade da vacina que será ofertada pelo fabricante, em um primeiro momento, a vacinação será para público e regiões prioritárias em 2024.

Vale lembrar que, dentre os assuntos mais comentados envolvendo essas informações, foi quando o humorista Marcelo Adnet rebateu um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O internauta em questão atacou o presidente Lula ao falar sobre a dengue no Brasil em 2023.

“Já são mais de 1.000 mortes por dengue no Brasil só em 2023. Já pode chamar o Lula de genocida ou ainda é cedo!?”, escreveu na rede social. Adnet, por sua vez, respondeu ironicamente, referenciando a atitude e falas passadas do ex-chefe do Executivo.

“Pode chamar sim! Afinal ele disse que é ‘só uma febrezinha’ e que tem histórico de atleta por isso não pega. Também recomendou Cebion em vez de combater o foco e insinuou que a dengue é conspiração chinesa e que pega mais em bunda mole da imprensa. Lembra quando ele ofereceu Cebion pra uma ema?”, escreveu Adnet.

“Lembram quando Lula disse: ‘e daí? Não sou aedes’, descreditou a ciência e disse que iam morrer no máximo 2 pessoas? Quando ele se negou a apoiar qualquer medida pública para o combate à dengue? Lembra quando Lula imitou uma pessoa com falta de ar morrendo de dengue?”, também disse o humorista.

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