RASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ordem para que o PT insista na defesa das eleições diretas visto que, na avaliação do petista, um nome de centro não será incluído pela base de Michel Temer no processo de eleições indiretas caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casse o presidente.
Segundo a reportagem apurou, Lula disse a aliados que, como oposição, o PT não conseguiria influenciar no processo de sucessão de Temer, muito menos no novo governo, e que só seria possível entrar no debate por eleições indiretas caso um nome considerado “de centro” aparecesse como opção viável.
Na avaliação de dirigentes petistas, porém, a ventilação de perfis como o do ex-ministro da Justiça e da Defesa Nelson Jobim, que tem a simpatia de Lula, só tem o objetivo de “adoçar a boca do PT” e fazer com que o partido não atrapalhe a articulação por indiretas.
O ex-presidente, por sua vez, acredita que o acordo que está sendo costurado pela trinca que sustenta o governo Temer, formada por PMDB, PSDB e DEM, não prevê, de fato, Jobim e trabalha por perfis conservadores, que deem continuidade à agenda reformista do peemedebista.
Com o discurso das diretas, o objetivo de Lula é manter o partido próximo a movimentos sociais e à militância do partido.
Presidente nacional do PT, Rui Falcão afirmou que conversou esta semana com o senador João Capiberibe (PSB-AP) sobre a formação de uma frente, com PC do B, PDT, Rede, PSOL, PSB e PT na defesa das diretas. O objetivo é que o movimento ganhe ares além dos partidos, com intelectuais, artistas, etc.
ALERTA NOS BASTIDORES
Apesar da determinação de Lula, há setores do PT que conversam, nos bastidores, com os dois principais aliados de Temer, o PSDB e o DEM, que têm como favoritos para assumir o Planalto Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Os deputados petistas José Mentor (SP) e Vicente Cândido (SP), por exemplo, são dois dos que conversam com Maia, desde quando ele se elegeu presidente da Câmara, no ano passado. O deputado do DEM fala bem também com setores do PC do B, liderados pelo deputado Orlando Silva (SP). Na outra ponta, o senador Jorge Viana (PT-AC) tem participado de conversas com o grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL), de quem sempre foi próximo, e alguns tucanos.
Falcão, por sua vez, rechaça o movimento. “A direção do PT não conversou com a direção do PSDB”, disse. Ele admite, porém, que os parlamentares do partido estão em constante diálogo com outros políticos.
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