O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou pela primeira vez, nesta quinta-feira (21) o plano golpista revelado pela Operação Contragolpe da Polícia Federal (PF) na terça (19). “Sou um cara que tem que agradecer agora muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o [Geraldo] Alckmin não deu certo, estamos aqui”, afirmou Lula. Ele continuou falando que queria trazer o Brasil “para a civilidade, onde às vezes você perde e às vezes ganha [e o resultado é respeitado]”.
O plano golpista planejava assassinar os dois e o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2022, antes de encerrar o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que perdeu a eleição e não aceitava a derrota.
Dez generais, 16 coronéis e um almirante envolvidos, no mínimo
Nesta quinta, a PF deve indiciar Bolsonaro e dezenas de envolvidos. Conforme o jornal O Estado de São Paulo, “além do núcleo extremista do Exército preso na Operação Contragolpe (cinco pessoas), a investigação identificou um grupo de 10 generais, 16 coronéis e um almirante, entre outros, que foram informados sobre o plano”, somando, em diferentes graus, pelo menos 35 militares envolvidos.
Durante o evento, Lula deu recados a Bolsonaro, investigado como um dos mentores das iniciativas golpistas: “Não quero envenenar ninguém, não quero nem perseguir ninguém. Quero é que, quando terminar meu mandato, a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós.”
O presidente seguiu: “Quero medir com números quem fez mais escolas nesse país, quem cuidou mais dos pobres, quem fez mais estrada, mais ponte, mais salário mínimo. Isso que quero medir, isso que conta no resultado da governança”.
Lula fez a declaração durante cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto, organizada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.
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