Na 18ª Cúpula do G20, em Nova Déli, na Índia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ações e recursos de países ricos contra o aquecimento global. Lula destacou que é dever dos países mais abastados arcar com os maiores custos para combater o problema climático.
De acordo com o presidente, a falta de compromisso das nações mais ricas gerou o que ele chamou de “dívida acumulada ao longo de dois séculos”. “Desde a COP [Conferência das Partes] de Copenhague, (em 2009), os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida”, lembrou Lula.
O presidente ressaltou, ainda, que não cabe aos países ricos transferir as responsabilidade para nações do hemisfério Sul. “De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global”, disse.
Por fim, pontou que, “se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis”. De acordo com ele, a tendência é que os impactos sejam cada vez maiores. “As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética”, acrescentou.
Impactos no Sul do país
Lula fez questão de destacar o cenário de destruição e as perdas causadas pelo ciclone que afetou o estado do Rio Grande do Sul (RS). O fenônemo causado por mudanças climáticas devastou cidades do Sul. Para o presidente, as consequências serão ainda maiores para os mais pobres. “São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados”, pontuou.
Conforme o balanço da Defesa Civil do RS, já foram confirmadas 41 mortes e 46 desaparecidos. O governo do RS estima que mais de 120 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone.
Com efeito, o presidente do Brasil adiantou que, durante o período que estiver na presidência do G20, lançará uma “Força Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima”. “Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas”, finalizou.
Com informações da Agência Brasil
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