No depoimento de duas horas ao juiz Sergio Moro, nesta quarta (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao Ministério Público Federal e à Operação Lava Jato, e a acusou de promover uma “caça às bruxas”.
“O que menos preocupa vocês agora é prova”, disse Lula. “O objetivo é tentar encontrar alguém para me criminalizar. Esse é o objetivo.”
Para ele, a Lava Jato ficou “refém da imprensa”. “Nós estamos vendo o que está acontecendo com o [Rodrigo] Janot”, disse, se referindo ao procurador-geral da República, que ameaça anular acordos de delação premiada com executivos da JBS.
Em outro momento, ao ser questionado sobre documentos encontrados em sua casa, o petista disse que “tem muita suspeita da Polícia Federal nessas ocupações”, referindo-se às buscas e apreensões.
Por diversas vezes, Lula fez referência ao “Ministério Público da Lava Jato”, afirmando que o órgão enveredou por um caminho para incriminá-lo e que “contaram uma grande mentira com PowerPoint”, em alusão à entrevista coletiva com o procurador Deltan Dallagnol.
Houve momentos de tensão entre o ex-presidente e Moro. Lula chegou a acusar o juiz de ser desrespeitoso, e o magistrado pediu por pelo menos duas vezes que ele “não fizesse campanha ou discurso” e se ativesse ao objeto da ação.
Ao final da audiência, o petista fez uma pergunta a Moro: se ele poderia dizer aos netos que foi prestar depoimento a um juiz imparcial. Ele respondeu que sim, ao que Lula retrucou: “Porque não foi o procedimento na outra ação”.
Em determinado momento, Moro afirmou que Lula “talvez estivesse um pouco rancoroso”.
Lula, então, responde: “Eu fico preocupado quando as pessoas inventam uma história e tentam a cada momento transformar aquela inverdade em verdade”.
O ex-presidente disse que irá “continuar esperando que a Justiça faça justiça”.
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