Ainda participando de eventos na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a afirmar seu compromisso com o meio ambiente. Lula ressaltou, nesta quinta-feira (17), que respeita o agronegócio e defendeu o que chama de “verdadeiros empresários do setor”, comprometidos com o meio ambiente.
“Dizem, ‘o agronegócio não gosta do Lula’. Eu não quero que goste, eu só quero que me respeitem como eu respeito eles. O verdadeiro empresário do agronegócio sabe onde não pode fazer queimada, onde não pode fazer derrubada de floresta. O verdadeiro empresário do agronegócio tem compromisso porque ele sabe que se paga um preço se a gente for irresponsável”.
Em pronunciamento, o presidente eleito deixou claro que fará combate intenso contra crimes ambientes, contra desmatamento ilegal e a exploração de garimpos em terras indígenas, e afirmou que vai trabalhar com políticas de incentivo à produtividade. Lula ressaltou a fala com argumento de que, “não precisa derrubar um metro quadrado de árvore para aumentar a produção de soja, de milho ou criar gado, temos milhões de hectares de terra degradada que podem ser recuperadas”.
O petista acrescentou que pretende retomar conferências nacionais sobre diversos setores, que são discussões pertinentes à sociedade. Segundo Lula, o Estado deve se fazer presente no cotidiano da sociedade. “Eu não vejo o Brasil dar certo se não envolver a sociedade nas decisões que temos que tomar. Por isso vamos retomar as conferências nacionais”, acrescentou.
Economia
Em relação ao tema de teto de gastos, Lula se apoia na crença de que não adianta pensar somente em responsabilidade fiscal sem pensar na responsabilidade social. Segundo ele, são questões que caminham lado a lado. “Se falar isso vai cair a bolsa, vai aumentar o dólar? Paciência, porque o dólar não aumenta e a bolsa não cai por conta as de pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”, afirmou.
O presidente eleito ressaltou que além de cumprir as metas de inflação, com o teto de gastos, a preocupação é atingir as metas de crescimento e geração de empregos no país. “Temos que garantir que vamos aumentar o salário mínimo acima da inflação”, esclareceu.
Ao falar sobre o teto de gastos, Lula criticou a forma do antigo governo de manter os custos. “Se o teto fosse para discutir que não vamos pagar a quantidade de juros para o sistema financeiro que pagamos todo ano, mas continuar mantendo as políticas sociais intactas, tudo bem. Mas não, tudo o que acontece é tirar dinheiro da saúde, da educação, da ciência e tecnologia, da cultura. Ou seja, tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e você não mexe num centavo do sistema financeiro, você não mexe num centavo daquele juro que os banqueiros têm que receber”, pontuou.
Nesta quinta-feira (17), a agenda de Lula conta com encontros com grupos indígenas e com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Na conversa, ele pretende propor a realização da COP 30 na Amazônia, em 2025.
Com informações da Agência Brasil
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