O senador Luiz do Carmo (MDB-GO) protocolou, no Senado, pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na última terça-feira (9). Luiz do Carmo argumentou que o ministro cometeu crime de responsabilidade ao barrar a nomeação de Alexandre Ramagem à direção da Polícia Federal. Carmo busca apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) para que o caso seja analisado e não arquivado.
“Ele pode aceitar ou não. Se 12 ou 13 senadores pedir, ele é obrigado a colocar em votação. Ele falou pra mim que vai analisar. Não conheço o ministro, nunca estive com ele. Há limites e nós fazemos a lei. Simplesmente quero analisar isso” argumentou o senador, em entrevista ao Diário de Goiás.
Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem por conta de denúncias do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Ele acusou o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido) de tentativas de interferir na PF. Depois das acusações, um inquérito foi aberto para apurações.
“Quem pode fazer isso é o presidente que pode colocar e tirar, se é amigo ou não, isso não interessa. Ninguém põe inimigo no governo, põe parceiro. Ele mesmo foi indicado por ser amigo do presidente passado”, argumentou.
Luiz do Carmo entende que o Supremo está extrapolando as funções. Ao pedir o impeachment de Alexandre de Morais, o parlamentar argumenta que é uma tentativa para respeitar os poderes.
“O Supremo está entrando bastante numa esfera que não é dele. Eu como senador preciso obedecer a constituição. Presidente já foi cassado, senador, deputado federal já foi cassado e ninguém do Supremo pode ser questionado. Dei entrada no impeachment na terça-feira passada, simplesmente para respeitar os poderes. A peça que fiz juridicamente é perfeita”, disse.
Mandato
Na entrevista, o senador argumentou que em um ano e meio de mandato já conseguiu recursos de emendas para o estado na ordem de R$ 125 milhões. Ele relato que vem desenvolvendo uma série de pautas, com atenção para política das mulheres. Luiz do Carmo teve uma filha assassinada, por isso, a preocupação com a pauta feminina
Ele relata que está construindo um projeto para que 30% das vagas eletivas de mandatos parlamentares sejam das mulheres, e não apenas as vagas para candidaturas.
Quanto ao governo Bolsonaro, mesmo sendo da base de apoio, Luiz do Carmo entende que Bolsonaro precisa superar as crises, ter uma articulação melhor e debater os temas. Sobre a saída de Sergio Moro, o senador disse que o ex-ministro é competente, mas “meio complicado, não muito político e estrela”.
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