07 de agosto de 2024
Política

Monte Carlo: Luiz Carlos Pimentel aponta organograma da contravenção

O segundo depoente desta terça-feira, 24, Luiz Carlos Pimentel, agente da Polícia Federal do setor de inteligência, detalhou o funcionamento do “esquema criminoso” comandado por Carlos Cachoeira. O analista começou sua narrativa explicando como foram realizadas as apreensões das máquinas caça-níqueis e como foram iniciadas as interceptações telefônicas.

 

Pimentel trabalhou na coordenação e análise da investigação de alguns alvos cooptados pelo grupo da contravenção e afirma que “não há dúvidas de que Cachoeira liderou o esquema de jogos ilícitos em Goiás”.

“Cachoeira é o líder da contravenção e tem vários outros que segmentam o trabalho. Lenine e Idalberto, o Dadá, são um dos principais interlocutores entre a liderança e os colaboradores indiretos. Eles possuem um esquema complexo dentro da organização criminosa”, afirma o policial.

Segundo Luiz Carlos, o líder tem vários representantes. Lenine e Idalberto são interlocutores entre o grupo e policiais que auxiliavam no funcionamento. Wladimir era o “representante comercial”. Estabelecia negócios e definia atividades práticas. Queiroga Neto e Ronaldo Queiroga eram os interlocutores do Entorno do Distrito Federal. Cada um destes, por sua vez, tinham seus gerentes e auxiliares. Para o funcionamento do esquema eram estabelecidos pagamentos mensais à policiais e outros colaboradores indiretos.

Questionado pela advogada de Carlos Cachoeira, Dora Cavalcante, sobre a possível infiltração de um delegado da Polícia Federal, conhecido por Byron, seu primeiro nome, para vazar informações sigilosas para o grupo dos réus, Luiz afirma não existir indícios neste sentido. “Em momento algum cogitou-se a ideia de uma infiltração. Não tivemos nenhum indício que pudesse levar à essa conclusão.”

O agente policial foi repreendido, por quatro vezes, pelo juiz Alderico Rocha por se referir ao grupo como organização criminosa. “Eles ainda não foram julgados”, lembrou. Pimentel se desculpou e alegou que o termo tornou-se hábito profissional. “Escrevemos tantos relatórios tratando este grupo desta maneira que não consigo encontrar outro referencial.”

O depoente negou ter qualquer conhecimento sobre a Operação Vegas. “Soube da operação após divulgação na imprensa.”


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