A história de um homem que caminhou por entre marcos da política nacional, da formação universitária brasileira e das tradições goianas ganha forma em livro. Com lançamento marcado para esta terça-feira (5), às 19h, na Escola Superior de Advocacia da OAB-GO, o livro ‘Lutar pela Pátria é Viver com Razão’ narra a vida do professor universitário e doutor em Direito Joveny Cândido de Oliveira, de 89 anos. A obra foi escrita pelo jornalista e advogado Marcio Fernandes e editada pela jornalista Britz Lopes.
Reconhecido como um dos maiores juristas brasileiros no campo do Direito Público, Joveny é também aviador, empresário rural, tabelião, oficial da reserva do Exército Brasileiro, fundador do Centro Universitário Anhanguera e membro da tradicional União Democrática Ruralista (UDR). Com uma trajetória marcada pela multiplicidade de atuações e por forte posicionamento político, ele é retratado como um homem de coragem, lealdade e disciplina, mas também de generosidade incomum.

Um goiano de raízes profundas e horizontes amplos
Nascido em Goiandira, no sul de Goiás, e com ascendência portuguesa do Alto Minho, Joveny se define como um “caipira goiano” que dominou diversos idiomas, viajou o mundo ao longo de quase sete décadas e testemunhou episódios históricos como o surgimento da Bossa Nova, no Rio de Janeiro.
Mesmo com tamanho acervo de vivências internacionais, ele guarda lembranças vívidas de uma Goiânia em construção, onde nadava e pescava no Córrego Botafogo, e de sua dedicação à Fazenda Nossa Senhora da Aparecida, uma de suas grandes paixões. A vida como aviador também é retratada com entusiasmo. O professor já acumulou mais de 600 horas de voo, sempre guiado, segundo ele, pelas “asas da solidão”.
Militar, intelectual e figura política
Joveny teve participação direta na política nacional em momentos decisivos. Oficial do Exército em 1961, esteve entre os que atuaram pela deposição do então presidente João Goulart e foi um dos protagonistas da Revolução de 1964 em Goiás. No livro, assume seu posicionamento como integrante da direita “culta e civilizada”, como descreve, e oferece uma análise crítica sobre os dois lados da ditadura militar, reconhecendo os erros cometidos por ambos durante o regime de 1964 a 1985.
Doutor em Direito pela prestigiada Faculdade do Largo de São Francisco (USP), ele construiu uma carreira acadêmica sólida, que culminou na fundação e reitoria do Centro Universitário Anhanguera, iniciativa que considera sua maior realização nos 51 anos de magistério.
Um testamento em forma de biografia
A edição do livro tem formato híbrido entre narrativa biográfica e entrevista-testamento. Nos capítulos finais, Britz Lopes conduz uma sessão de perguntas e respostas que revela o pensamento de um homem que, aos 89 anos, ainda acredita que o Brasil “um dia vai dar certo por ser maior do que o abismo que o país vive a admirar”.
Com projeto gráfico assinado por Gedson Alves e fotografias de Rimene Amaral e Marcio Fernandes, além de imagens do acervo pessoal do biografado, a obra também revela curiosidades, como as três vezes em que Joveny percorreu a pé o Caminho de Santiago de Compostela, já após os 60 anos de idade.
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