A matéria que promove reajuste no IPTU em 39,8% para o ano que vem e 29,7% para 2016 foi retirada de pauta na sessão ordinária desta quarta-feira (10). A líder do prefeito na Câmara Municipal, Célia Valadão (PMDB) leu um comunicado enviado pelo poder executivo solicitando a retirada do projeto.
Ouça a leitura do comunicado
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Logo em seguida, em entrevista coletiva a parlamentar destacou que na Câmara “A voz do executivo se dá através da voz dela”. A líder relatou que apenas atendeu a solicitação do prefeito.
O projeto relativo a prorrogação do chamado IPTU progressivo também foi retirado de pauta. A matéria já está apta para ser apreciada em segunda e última votação.
Paulo Garcia questionado pelo Diário de Goiás sobre o assunto negou que a retirada do projeto tenha sido uma decisão dele, mas sim foi um consenso com a base.
“Na verdade não foi a meu pedido, foi uma decisão da bancada de sustentação que teve o meu apoio para uma análise de alguns parágrafos que na visão deles precisam de ajustes”, destaca.
Ouça a justificativa do prefeito
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O prefeito descreveu que tem confiança na base nele e reforça que há uma “grande capacidade de diálogo e de entendimento”.
Aproveitando que havia um bom público nas galerias da Câmara e um grande número de profissionais de imprensa, os vereadores da oposição fizeram diversos discursos criticando a retirada do projeto.
Elias Vaz (PSB) entende que se a matéria fosse colocada em votação, poderia ocorrer nova derrota do prefeito na Casa.
“Nós estaremos em vigília permanente, nós temos uma visão clara de que esta atitude do prefeito é uma manobra, pois ele sabia que iria perder a votação, ele sabe que a maioria não aceita votar este índice que é abusivo. É uma pressão sobre os vereadores da base”.
Veja o vídeo
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Paulo Garcia discorda do posicionamento da oposição. Para o prefeito, não ocorreria derrota. De toda forma, ele entende ser prematuro discutir resultado de votação.
O chefe do poder executivo acredita que a retirada tenha a ver com a eleição da Mesa Diretora da Câmara.
“É uma ilação. Prever o resultado de uma votação é muito arriscado. O que posso afirmar que a Câmara no dia de hoje está muito voltada para a eleição da Mesa Diretora e isso faz com que todos tenham bom senso de não incluir na pauta do dia matérias do dia que revelem a necessidade de muito esforço, de muito debate e até muita presença. Tudo é dialogado e isso consome muito esforço dos vereadores, essa é a principal razão da pauta de hoje estar esvaziada”
Com a retirada da matéria, a líder do prefeito entende que será feita uma nova avaliação, que pode ou não resultar numa proposta com outros números.
A parlamentar não informou quando que o projeto será devolvido. Ao ser questionada pelo Diário de Goiás sobre a fragilidade na base do prefeito, Célia Valadão, adotou postura semelhante a do prefeito, descreveu que tem dialogado e ressaltou a capacidade de Paulo Garcia.
“O prefeito sabe o que está fazendo, sabe o que deve fazer”, ressalta a parlamentar. Sobre a relação da retirada dos projetos relativos ao IPTU e a eleição da Mesa Diretora, Célia Valadão não vê ligação direta, embora admita que os assuntos devam ser tratados de forma distinta.
“É algo que nós temos que encarar com responsabilidade e naturalidade. São dois assuntos muito importantes. Até entendo que possa interferir no comportamento de alguns vereadores. Pra que não cause uma discussão equivocada,nós vamos focar na eleição da mesa e depois no projeto assim que ele retornar à Casa” argumenta a líder do prefeito.
Para que o reajuste possa valer a partir do ano que vem, a matéria precisa ser votada e aprovada até o dia 20, data em que termina o ano fiscal do município de Goiânia.
O vereador Zander Fábio que é lider do “Bloco Moderado” na Câmara afirmou que o grupo vai votar contra o reajuste.
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