12 de agosto de 2024
Política

Líder do prefeito afirma que base se recompôs na Câmara

Uma base enfraquecida no início do ano com a derrota em duas votações importantes. A primeira relativa à atualização do IPTU para 2015, e a segunda as eleições na mesa diretora, em que a oposição conseguiu fazer boa articulação e eleger Anselmo Pereira (PSDB) como presidente. No final deste ano, a situação foi diferente. A base conseguiu vencer com boa vantagem o projeto do IPTU 2016. Foram 20 votos favoráveis e 13 contra.

Após a aprovação do projeto do IPTU nesta quarta-feira, o Diário de Goiás ouviu o líder do prefeito na Câmara Municipal de Goiânia, Carlos Soares (PT), que fez uma análise sobre o ambiente político no Poder Legislativo.

 Samuel Straioto: Nos dois últimos anos a Prefeitura não conseguiu êxito na aprovação do projeto do IPTU. Este ano a situação é diferente, com um placar ainda com folga: 20 favoráveis e 13 contrários. Qual a sua avaliação, fazendo um comparativo com as outras votações dos anos anteriores?

Carlos Soares: Na minha avaliação, este projeto foi um projeto melhor construído, fizemos várias reuniões antes do encaminhamento desse projeto para a Câmara Municipal. A base do prefeito deu todas as suas sugestões antes, tanto é que ao chegar aqui ele só teve, pelos segmentos organizados, duas preocupações que foram sanadas antes mesmo de entrar no plenário já na Comissão de Constituição e Justiça. Então, eu acredito que nós conseguimos aprovar este projeto hoje exatamente pelo pré-diálogo, na construção do projeto, o envolvimento dos vereadores, na discussão. Logico que a maioria dos vereadores não queria aprovar esse projeto, preferia que a Prefeitura não precisasse de aprovar esse projeto, mas a necessidade da Prefeitura exige um incremento, visto que há 11 anos não se conseguia aprovar um projeto aqui na Câmara de Vereadores nesse sentido. Então, com o passar dos anos, as demandas aumentando, a cidade crescendo, aumento o número de Cmeis, de UPAs, Cais, então, para manter isso funcionando havia uma necessidade também de um incremento nas receitas. E conseguimos aprovar este projeto, estamos felizes por conseguir aprovar esse projeto, até porque é um projeto que traz justiça fiscal, visto que menos de 20% será atingido com esse reajuste; mais precisamente 18,8%.

Samuel Straioto: Em termos políticos, o que diferiu dos anos anteriores para a votação neste ano de 2015? Nos dois últimos anos derrotas apertadas e este ano, uma vitória com folga. O que mudou?

Carlos Soares: Na minha avaliação, a construção do projeto, de lá para cá, os diálogos que se foram feitos. É o que eu senti de diferente do ano passado para cá. Desde a construção do projeto, que nós começamos a construir ainda no primeiro semestre deste ano, então, é um projeto que demorou muitos meses para ser construído até chegar agora. Então, a gente se fala: “Em política, o que não pode faltar é diálogo”. Então, como não se faltou diálogo neste projeto, foi possível a aprovação dele do jeito que foi proposto e está saindo da Câmara aprovado. Então, com diálogo na política a gente sempre caminha mais.

Samuel Straioto: Dois pontos causaram polêmicas, primeiro relacionado aos peemedebistas, com toda aquela movimentação que teve aqui. Segundo, a questão de cargos.

Carlos Soares: No PMDB, o único vereador que tinha se posicionado antes era o vereador Clécio, que manteve seu posicionamento até agora na última votação. A vereadora Célia acompanhou o vereador Clécio na votação. Mas a gente não entende que é o PMDB, porque são sete vereadores e cinco estiveram com a gestão, até porque consideramos que o PMDB é um parceiro muito importante na gestão, visto que eles contribuem muito com a nossa gestão com nomes extremamente qualificados e que estão a frente de passos importantes da gestão Paulo Garcia. E a questão cargo não passou por mim, minha tarefa é mais de conversar com os vereadores e discutir o projeto no convencimento. Logicamente que todos os vereadores sabem que quem compõem, participa. Quem não compõe, não participa. Esse é o jogo democrático, não é aqui na Câmara de Vereadores de Goiânia, mas em todas as Câmaras, tanto municipal, estadual e nacional. Ganha-se para governar, quem ganha e ajuda a governar são as pessoas que estão envolvidas. Nós já fizemos uma reforma administrativa significativa,  também na Câmara, que a Prefeitura não tem mais cargos que deem às pessoas interesse de votar em um projeto polêmico como este. Na verdade, as pessoas que votaram têm mais compromisso com a cidade, porque a cidade precisa de continuar aumentando a quantidade de Cmei, de Cais, de UPAs, as ruas que precisa de asfalto, precisa de iluminação pública. A Prefeitura precisa dar respostas a essas comunidades, das novas casas e novos bairros que estão surgindo em Goiânia, e os novos serviços que estão aparecendo. Então, para poder suprir essa demanda é que votou. Porque para fazer essa reforma administrativa hoje a Prefeitura de Goiânia tem poucos cargos comissionados, muito poucos, não significa que vereador votou a favor do projeto por cargos.

Samuel Straioto: Nessa mesma época do ano passado, dois temas importantes: o IPTU e a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal. Se falou em uma base fragilizada na Casa por conta das duas derrotas. Qual o cenário hoje na Câmara: a base sai fortalecida a partir de uma vitória expressiva como a do IPTU?

Carlos Soares: Sim, nós perdemos no ano passado tanto o projeto que hoje aprova, perdemos a mesa diretora, a oposição ganhou, e agora hoje nós conseguimos recompor. Acho que a gente fecha o ano de 2015 com uma base sólida para conseguir aprovar os projetos e dar uma tranquilidade e governabilidade para esta gestão que se encerra no final do ano que vem. Eu tenho muita tranquilidade de dizer que o prefeito Paulo Garcia tem uma maioria aqui na Câmara até o final do mandato dele, visto que acredito que não terá um projeto tão polêmico quanto este do IPTU, e que acabamos de aprovar. Então, tenho muita tranquilidade de afirmar que esta gestão, juntamente com esses 20 vereadores que hoje o ajudaram aqui, estarão juntos para que essa cidade não possa ficar pior. No ano que vem, a gente sabe, é um ano difícil, de eleição, as pessoas começam a pensar em seus projetos futuros, mas estamos muito conscientes da importância que foi este ano, da reconstrução da base do prefeito e chegando ao final com a maioria e permitindo uma vitória tão significativa que vai dar à Prefeitura uma condição muito boa, muito melhor para o ano que vem. A gente espera colher esses frutos com mais obras, mais Cmeis, mais creches, mais obras em toda a cidade para que nós possamos ir para a rua com mais tranquilidade.


Leia mais sobre: Política

Comentários

0 Comentários
Mais Votado
Mais Novo Mais Antigo
Opiniões Inline
Ver Todos os Comentários