O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), cobrou nesta terça-feira (28) apoio do PSDB à aprovação da reforma da Previdência.
“Prefiro acreditar que o PSDB vai somar forças para ajudar a gente a concluir essa transição. Alckmin tem que conversar com os outros partidos e dizer a que veio”, disse Jucá.
A declaração se deu junto ao elogio feito pelo peemedebista sobre a candidatura do governador Geraldo Alckmin (SP) à presidência do PSDB em dezembro.
Embora os tucanos tenham usado o apoio à agenda de reformas como justificativa para apoiar o governo de Michel Temer, lideranças da legenda reconhecem que não existe apoio integral entre seus integrantes para aprovação das mudanças nas regras da aposentadoria.
Um dos principais críticos do governo Temer entre os tucanos, o senador Tasso Jereissati (CE) defendeu a aprovação da reforma da Previdência que, segundo ele, “é fundamental”. “Sem a reforma o país quebra mais cedo ou mais tarde”, afirmou.
Embora afirme ser favorável ao projeto, o senador criticou o projeto em discussão. “Com essa [proposta] que está aí, qualquer que seja o presidente que vai entrar, vai ter que fazer outra porque os privilégios não vão acabar”, disse, rebatendo o lema adotado pelo governo, de que a medida é necessária para por fim aos privilégios no Brasil.
Dificuldades
A reforma da Previdência é uma das principais bandeiras de Temer. Contudo, o projeto está paralisado na Câmara desde o primeiro semestre deste ano por falta de apoio.
Em nova tentativa de fazer a proposta avançar, o governo enxugou o texto em discussão e ofereceu um jantar para a base aliada na semana passada, mas mesmo assim encontra dificuldade em alcançar o apoio necessário entre os deputados.
Por se tratar de uma emenda à Constituição é preciso ter ao menos 308 votos entre os 513 deputados para aprovar o projeto, além de votação em dois turnos.
Apesar das dificuldades, o governo tenta aprovar o projeto ainda este ano na Câmara.
Para Jucá, quanto mais tempo demorar para votar a proposta, maiores serão as dificuldades. “Se votar este ano na Câmara, já ficará para o ano que vem no Senado. Quanto mais rápido votar, melhor para votar nas duas Casas.
Quanto mais perto da eleição, mais dificuldade para aprovar uma matéria como essa”, disse.
Ele mencionou ainda previsão feita pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de colocar a reforma em votação em fevereiro, caso a análise pela Câmara seja feita ainda este ano.
Ele, contudo, reconheceu que haverá dificuldade de aprovação pelos senadores se a proposta só chegar à Casa perto da disputa eleitoral. Em 2018 termina o mandato de dois terços dos senadores. “Eunício já disse que, votando na Câmara no fim do ano, em fevereiro vota no Senado”, disse, acrescentando que o Senado tem votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência. (Folhapress)
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