“Fui em todos os debates, entrevistas e sabatinas. Não tenho nada a esconder, minha vida é aberta”. Com essas palavras, Leandro Vilela (MDB) deu o tom do que vai ser a campanha no segundo turno das eleições municipais para a Prefeitura de Aparecida, marcadas para o dia 27 desse mês. Após virar e ultrapassar Professor Alcides (PL), que liderava as pesquisas, Vilela celebrou a realização de segundo turno em Aparecida.
Após o encerramento da apuração, ele foi para o comitê da campanha acompanhado do candidato a vice, João Campos (Republicanos), do governador Ronaldo Caiado (UB), do vice-governador e primo Daniel Vilela (MDB), e de Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida.
Leandro alcançou 48,02% dos votos, Alcides teve 43,04% e Willian Panda chegou a 8,94% dos votos.
A frase que marcou a fala de Vilela na entrevista coletiva ao chegar e ser cercado por apoiadores e imprensa, foi uma provocação e uma constatação. A ausência de Alcides nos debates e a resistência do candidato até em conceder entrevistas para a imprensa, coisas geralmente disputadas por candidatos que desejam e precisam se mostrar ao eleitorado, são apontadas como os pesos da balança que derrubaram o bolsonarista na preferência do eleitorado.
Alcides já falava em disputar a prefeitura há mais de um ano e contava com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já a candidatura de Vilela surgiu apadrinhada por Caiado em agosto. Portanto, ficar a pouco mais de 2 pontos percentuais de ganhar já no primeiro turno foi indiscutivelmente um feito.
Leandro disse que vai manter a fórmula. Ele ocupou os espaços oferecidos para debates e sabatinas e, mesmo investindo muito contra o principal adversário, “o candidato ausente”, o que era arriscado porque também poderia reforçar o poder de Alcides, a estratégia deu certo porque ele focou em problemas que o Professor trás no histórico político e empresarial. E Alcides se furtou de responder ao se ausentar, deixando a dúvida no ar.
“Candidato que esconde, que não fala, não vai falar com o eleitor. Essa prática [de não falar e debater] não é saudável para a democracia, para a população e para a cidade”, repetiu Leandro Vilela ao lado de Caiado e Daniel.
O governador era todo sorrisos porque tinha deixado Goiânia logo após a confirmação de Sandro Mabel (UB) no segundo turno, e estava na segunda festa do dia, em Aparecida.
Ele também focou na capacidade de Leandro Vilela de debater os problemas da cidade, em contraposição à negativa de Alcides de fazer o mesmo. “Ele tem o gesto de humildade de atender a imprensa, de dar satisfação dos seus atos, debater seu programa de governo com a população. Não tem nenhuma proposta autoritária de quem diz ‘não preciso falar com ninguém’. Nunca se vestiu de dono da verdade e sim uma pessoa preparada para debater os problemas da cidade”, disse, se referindo a Leandro.
No comitê o clima da virada empolgou os apoiadores. As pessoas ficaram horas aguardando a chegada do candidato e dos líderes de sua campanha. Em alguns momentos, ironizaram a demissão de vários dos presentes promovida pelo atual prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (UB), que aderiu à campanha do Professor Alcides após ser preterido pelo grupo do governador por conta de desempenho fraco nas pesquisas.
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