31 de agosto de 2024
Brasil • atualizado em 12/02/2020 às 23:56

Lava Jato: Procurador cita suspeita de propina para construção de Aeroporto de Goiânia

Aeroporto Santa Genoveva e procurador Carlos Fernando dos Santos. (Foto: SED-GO e Agência Brasil)
Aeroporto Santa Genoveva e procurador Carlos Fernando dos Santos. (Foto: SED-GO e Agência Brasil)

A Polícia Federal concedeu entrevista nesta terça-feira (22) sobre a 26ª fase da Operação Lava Jato, batizada com o nome de Xepa. Na ocasião, os investigadores afirmaram que as construções do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e da Arena Corinthians, em São Paulo, foram viabilizadas com pagamento de propina pela Odebrecht.

De acordo com o procurador Carlos Fernando dos Santos, um dos coordenadores da força-tarefa da Operação, os rastros de repasses ilegais foram constatados em planilhas apreendidas e indicam o envolvimento da diretoria da empresa. A lista de destinatários dos pagamentos ainda está sendo analisada.

Ainda segundo o procurador, outros estádios, além do Corinthians, da Copa podem estar envolvidos conforme “indicativos de delações que ainda estão em andamento”. De acordo com as planilhas e o cruzamento de dados, a Polícia Federal afirma que a Odebrecht teria montado uma “estrutura profissional” de pagamento de propina no Brasil e no exterior.

Ainda segundo o procurador, há suspeitas de que o “sistema estruturado” envolvia funcionários com divisão clara de funções, sistema que controlava a entrada e saída de milhões de reais e contabilidade clandestina.

O pagamento, de acordo com Carlos Fernando, era destinado a obras públicas do governo federal e de governos estaduais. Entre as obras estaduais está o Aeroporto Santa Genovena, em Goiânia.

“Era uma estrutura profissional de pagamento de propina, não se limitava a casos esporádicos, mas a pagamentos sistemáticos”, afirmou a procuradora Laura Tessler, também integrante da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.

Segundo a procuradora, mesmo após a prisão de Marcelo Odebrecht, presidente-executivo da empresa, “tiveram a ousadia de prosseguir com o esquema”, disse. Laura Tessler ressaltou que Marcelo não tinha apenas conhecimento, mas “solicitava o pagamento de vantagens indevidas”.

A 26ª fase foi deflagrada nesta terça-feira (22) e envolveu aproximadamente 380 policiais federais. Ao todo, foram cumpridas 110 ordens judiciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

Também foram cumpridos 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro de prisão preventiva.

Por nota, a Odebrecht informou que está ajudando nas investigações. “A empresa tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso, colaborando com os esclarecimentos necessários”, diz a nota.

Com informações do jornal O Popular e da Agência Brasil

Veja vídeo da entrevista:

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