A Lava Jato começou a chegar a São Paulo, oficialmente, na quinta-feira (20). O MPF (Ministério Público Federal) paulista anunciou a criação de uma força-tarefa que vai investigar as denúncias feitas por executivos da Odebrecht, em seus acordos de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Quatro procuradores vão se debruçar sobre 14 das 29 petições encaminhadas, em abril, à Justiça paulista pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação no STF (Supremo Tribunal Federal). Em 10 de julho, o MPF havia pedido a instauração de 12 inquéritos ligados à Lava Jato.
Na lista de tarefas, estão a apuração do pagamento de propina nas obras da linha 2-verde do Metrô e, também, para favorecer a Odebrecht em um acordo judicial na construção da rodovia Carvalho Pinto.
No caso do Metrô, a Odebrecht diz que, em 2006, subornou, por um total de R$ 17,9 milhões, o ex-governador José Serra (PSDB) e diretores da companhia para reativar um contrato de 1991 ao retomar as obras do sistema de transporte. Com isso, o custo ficou R$ 37,7 milhões mais caro.
No que diz respeito à rodovia, a empreiteira relatou ter pago R$ 23 milhões a Serra, entre 2009 e 2010. Em troca, o governo de São Paulo pagou a uma das empresas do grupo R$ 191,6 milhões pendentes de obras na Carvalho Pinto.
Dos casos que serão analisados, seis são relativos ao PSDB (incluindo as obras do governo paulista), seis ao PT e um envolvendo o ex-presidenciável Eymael (PSDC). A maioria diz respeito ao pagamento de doações ilícitas durante as eleições para os legislativos federal e estadual em 2010.
Diferentemente dos colegas de Curitiba, os procuradores de São Paulo não se dedicarão exclusivamente à Operação. Segundo o MPF, uni-los em um grupo permitirá que eles possam trocar informações. Além disso, pode haver mais de um procurador para cada caso, o que deve agilizar as investigações. São eles: Thiago Lacerda Nobre, José Roberto Pimenta Oliveira, Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon Valiengo.
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