O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, declarou na noite desta quarta (17), após a revelação de áudios contra o presidente Michel Temer (PMDB), que a investigação faz “um trabalho sério desde o início de 2014”.
“Enquanto diziam que éramos contra um partido ou outro, a Procuradoria da República se manteve firme na sua tarefa de revelar a corrupção político-partidária sistêmica”, escreveu Lima em sua página no Facebook.
As declarações foram dadas horas depois da divulgação de trechos da delação de executivos da JBS pelo jornal “O Globo”, que miraram, entre outros políticos, o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB).
O procurador ainda pediu que “não sejamos maniqueístas”, e disse que o problema não está “no partido X ou partido Y”.
“Enquanto não mudarmos a política e as leis processuais e penais, viveremos uma crise atrás de outra. Precisamos acreditar que é possível mudar”, afirmou.
Lima ainda escreveu que não é possível aceitar que se jogue a investigação “debaixo do tapete, em troca de uma recuperação econômica”.
REFORMAS
O procurador Deltan Dallagnol, também da Lava Jato, repercutiu a postagem de Lima e defendeu a reforma anticorrupção como “prioritária”.
“Ninguém mais aguenta toda essa podridão”, afirmou Dallagnol, também em redes sociais.
Ele pediu que a população continue protestando e “mostre sua indignação nas urnas”, escolhendo congressistas comprometidos com mudanças nas eleições de 2018.
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